É consenso entre líderes do MDB ouvidos pela coluna a percepção de que os últimos dias fizeram com que o partido se unisse na direção de fortalecer a candidatura própria ao governo do Estado, tendo em Gabriel Souza o nome a disputar o Piratini. Curioso é o detalhe que fez o grupo rumar nessa direção: a pré-candidatura de Eduardo Leite pelo PSDB, anunciada na semana passada. O ex-governador, que renunciou ao mandato em março, será novamente candidato ao Piratini.
O desgaste interno no MDB vinha desde a discussão sobre qual seria o nome escolhido pelo partido para a disputa ao governo. Na ocasião, a discussão foi tão intensa que os emedebistas decidiram suspender a realização das prévias, que definiriam sobre Alceu Moreira ou Gabriel Souza.
Depois, Alceu anunciou que estava fora do páreo e o diretório acabou decidindo pelo nome de Gabriel, a contragosto do grupo mais antigo do MDB. Na data da formalização, como registrou o repórter Paulo Egídio, faltaram ao encontro líderes históricos como o ex-senador Pedro Simon, o ex-governador Germano Rigotto e o prefeito Sebastião Melo.
"A chegada de Eduardo Leite conseguiu produzir em dez dias o que ninguém tinha conseguido em três meses: unir o MDB", observou um interlocutor do processo.
Oficialmente, claro, ninguém admite que essa virada tenha relação com a chegada de Eduardo Leite à disputa. O próprio Gabriel Souza afirmou ao podcast "Zona Eleitoral", em episódio que irá ao ar nesta quarta-feira (22), que o partido tem por histórico promover discussões intensas e, depois, se unir em torno do nome escolhido no Rio Grande do Sul.
É importante registrar ainda que, em nível nacional, a pré-candidata do MDB à Presidência, Simone Tebet, já afirmou publicamente que gostaria que MDB e PSDB estivessem juntos na eleição no Rio Grande do Sul. Resta combinar com os gaúchos.