Um dos envolvidos no acidente que deixou duas pessoas mortas na BR-290 é um ex-deputado estadual do PSDB e que teve atuação destacada durante o governo de Yeda Crusius no Rio Grande do Sul. Adilson Troca, 72 anos, está muito abalado e ainda em estado de choque, segundo informou à reportagem de GZH a assessora dele Caroline Virdez Lages.
Ele teve queimaduras no corpo, após tentar ajudar ocupantes de um dos carros que colidiu na altura do km 100 da BR-290, nesta terça-feira (12). Ele era motorista do outro veículo. Primeiro, recebeu atendimento médico no Hospital de Pronto Socorro (HPS) da Capital. Depois, foi transferido para Rio Grande, onde segue sob cuidados médicos.
Trajetória
O ex-deputado foi líder do governo Yeda Crusius na Assembleia e teve uma dura missão, à época: defender a gestão em momentos delicados do governo, como entre acusações de corrupção e embates políticos no Legislativo. Ele também foi relator da CPI do Detran, que investigou irregularidades e desvio milionário de recursos da estatal, inclusive com suspeitas relacionadas a políticos do alto escalão.
O relatório final, produzido por Troca, isentou a então governadora Yeda de responsabilidade na fraude.
Saúde
Conforme informou o irmão de Troca ao repórter André Malinoski, o ex-parlamentar precisou ser internado na manhã desta quarta (13) porque há muitas queimaduras no lado esquerdo do corpo e nos olhos. Segundo ele, há também um forte abalo psicológico pelo fato de Troca ter tentado salvar as pessoas que estavam no outro veículo e não ter conseguido. Adilson Troca está na Unidade de Queimados da Santa Casa de Rio Grande.
Relator da CPI
Um dos papeis em que Troca ganhou notoriedade, de fato, foi enquanto relator da CPI do Detran, concluída em 2008 na Assembleia Legislativa. A comissão apurava a participação de políticos no esquema de desvio de recursos de estatal e foi ponto constante de desgastes para a governadora Yeda Crusius.
A sequência de grampos telefônicos (áudios com conversas entre envolvidos na fraude) exibidos ao longo das sessões trouxe problemas ao governo, fazendo com que quatro secretários fossem demitidos.