Em uma sociedade que ainda não consegue assegurar por completo a igualdade de direitos de homens e mulheres, cada avanço, ainda que simbólico, deve ser celebrado.
E este avanço pode até parecer pequeno de longe, mas é imenso na luta de milhares de mulheres que sofrem discriminação no ambiente de trabalho quando decidem se tornar mães. Basta lembrar que há casos de mulheres não contratadas por terem filhos, desrespeitadas durante o período do puerpério ou mesmo demitidas quando retornam da licença-maternidade.
No caso do Congresso Nacional - Câmara dos Deputados e Senado foram criados em 1826, no Brasil - o respeito e a dignidade às mulheres mães que exercem a política chega com 200 anos de atraso.
Nesta semana, após requerimento da deputada Sâmia Bonfim (PSOL), a Câmara dos Deputados definiu que passará a incluir licença-maternidade nos painéis de votação, exibidos no plenário.
Sim, porque pasme, a deputada chegou a ser cobrada por "faltas" em função de seu afastamento após dar à luz, já que constava como ausente.
O ato foi publicado pela Mesa Diretora da Câmara nesta quinta-feira (16).
A deputada classificou a decisão à Folha de São Paulo como um marco político e de transparência para o Legislativo.
"Ao constar como falta ou ausente, a parlamentar tinha um ônus político, pois o cidadão era levado a um erro de informação. É uma questão de visibilidade e existência de mães na política", afirmou.
Sim, avançamos.
P.S.: Se você não é ou não será mãe, tudo bem. Basta lembrar-se que você é filho.