O inquérito das fake news que tramita no Supremo Tribunal Federal poderá ganhar mais um investigado nos próximos dias. O presidente do STF, ministro Dias Toffoli, encaminhou ao colega Alexandre de Moraes petição que aborda possíveis crimes cometidos pelo reitor da Universidade Federal da Fronteira do Sul, professor Marcelo Recktenvald. A UFFS, como é conhecida, tem sede em Chapecó (SC), e possui campi nos municípios gaúchos de Cerro Largo, Erechim e Passo Fundo.
O dirigente, conforme Dias Toffoli, teria se manifestado de forma ofensiva e desrespeitosa contra os ministros do Supremo, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, além do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel.
"Por evidenciar a suposta prática de possíveis crimes [...], é de todo pertinente que o presente feito seja submetido à Sua Excelência (ministro Alexandre) para ciência e deliberação", despachou Toffoli.
O encaminhamento ocorreu após petição ter sido apresentada pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), por meio da Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal da Fronteira Sul. O documento indica possíveis crimes contra a segurança nacional, contra honra e atos de improbidade administrativa .
Natural de Três de Maio, Marcelo Recktenvald tomou posse como reitor em setembro de 2019, indicado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro. Concluiu a faculdade de Administração em um curso avançado da Universidade de Passo Fundo (RS) . Desde que foi empossado, sofreu pressão no cargo e enfrentou protestos com cerca de 200 estudantes, que chegaram a ocupar a reitoria da instituição.
Recktenvald havia sido o terceiro colocado em consulta pública da comunidade universitária, mas seu nome integrou a lista tríplice e, então, escolhido pelo presidente. Na região Sul do país, Recktenvald foi o primeiro reitor indicado por Bolsonaro.
Formação
O reitor é formado em Teologia e Administração. Na UFFS, já foi pró-reitor de gestão de pessoas e pró-reitor de assuntos estudantis, conforme revelou reportagem de GaúchaZH. Em sua conta no Twitter, informara ser "cristão conservador", "defensor da família" e "pastor batista". Em uma postagem de 2019 no Facebook, manifestou seu apoio a Bolsonaro: "Imprensa esquerdopata mundial, subsidiárias globalistas brasileiras, ONG's hipócritas e interesseiras, governantes canhotos, os isentões dissimulados de sempre, picaretas de toda espécie e, é claro, o gado. Todos, todas e todxs juntos contra o Bolsonaro. 'Ninguém solta a mão de ninguém!'. A Amazônia é só a cortina de fumaça. Só não vê quem não quer. Que Deus abençoe o nosso presidente!".