O ex-ministro do TSE Admar Gonzaga, atualmente advogado do presidente Jair Bolsonaro, afirmou ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, nesta segunda-feira (8) que os números do coronavírus estavam sendo "falseados" para "espalhar o pânico" na população. Ele foi contestado pelo apresentador do programa e jornalista David Coimbra, que informou que os dados configuram um "fato", uma notícia "concreta", e por si só já causariam pânico na população. Admar entrou no tema após ser perguntado sobre a decisão do Ministério da Saúde de adiar a divulgação de informações sobre óbitos por covid-19.
— Estavam falseado o número de óbitos do dia, colocando 1.500 pessoas morrendo naquele dia, quando se sabe que essas certidões de óbitos se referem a pessoas que morreram 60 dias atrás. As informações não tem que sair dos cartórios, mas dos estabelecimentos de saúde. Não é justo informar a população, para espalhar o pânico, o número de certidão de óbito registrado em cartório, pois essa pessoa não morreu nesse dia - afirmou o ex-ministro.
O ex-ministro também afirmou que a mídia busca "prender" o público em casa.
- A coisa que mais interessa hoje é prender as pessoas em casa para dar audiência - afirmou.
O jornalista disse que a afirmação era uma "inverdade", uma "besteira". Incomodado, Admar Gonzaga disse estar sendo ofendido e desligou o telefone durante a entrevista. Ouça o áudio do programa: