
Não veio somente de integrantes do governo a avaliação de que a intervenção dos filhos do presidente Jair Bolsonaro poderá implicar em novas crises no Palácio do Planalto. Nesta terça-feira, em conversa que foi ao ar no programa Timeline, da Rádio Gaúcha, o governador de São Paulo (PSDB), João Doria, aliado do presidente, fez o alerta.
- Família é família. Política é política. Eu teria cuidado em separar as coisas - avaliou.
Dória, que estará em Brasília nesta quarta-feira como protagonista entre os governadores nas discussões da agenda econômica, disse que não daria conselhos ao presidente, mas afirmou que o episódio Bebianno deve servir como lição ao governo de Jair Bolsonaro.
- Eu usaria esse episódio como uma boa lição para evitar essa interferência familiar em termos de governo. (...) Eu não misturaria os canais. Por mais amor que o presidente tenha por seus filhos, e certamente tem e está certo em ter. Mas eu não daria prerrogativa aos filhos de intervir ou se manifestar diante de figuras do governo, certa ou errada a manifestação - disse.
A intervenção de Carlos Bolsonaro, filho do presidente e vereador no Rio de Janeiro, colocou fogo em uma crise que terminou com a demissão de Gustavo Bebianno nesta segunda-feira (18). Na ocasião, o vereador usou as redes sociais para desmentir publicamente o então ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República.