![Camila Hermes / Agencia RBS Camila Hermes / Agencia RBS](https://www.rbsdirect.com.br/filestore/6/9/7/0/4/1/5_66406d3e9c06546/5140796_8de69c09624f8fc.jpg?w=700)
O planejamento urbano de grandes cidades como Porto Alegre sofre de um mal há décadas: o imperativo do concreto, inclusive em locais que antes eram verdes.
Tem sido assim com praças e parques. Foi o caso da nova orla do Guaíba, que, no projeto original, tinha ainda mais cimento do que tem hoje. Técnicos deram-se conta do exagero e solicitaram a alteração da proposta, deixando uma faixa de vegetação no calçadão (sábia decisão!), onde hoje há grama, mudas de árvores e arbustos.
Nada contra a urbanização e o uso de cimento & afins. O problema é o excesso. Embora seja funcional (fácil de conservar e durável) e melhore a acessibilidade (pergunte a cadeirantes e PCDs), a hegemonia do concreto não pode mais ser a regra.
Diante do calor extremo que estamos vivendo nestes dias infernais, não dá mais para ignorar como seria bom ter uma urbe mais (e mais e mais) verde: árvores, gramados, folhagens, tudo isso contribuiria para reduzir a sensação térmica escaldante nesse verão implacável. Basta acompanhar as medições: a temperatura chega a variar mais de 10°C entre a "selva de pedra" e os oásis verdejantes da Capital.
As mudanças climáticas estão aí, o planeta está em ebulição. A sociedade precisa acordar. Correndo o risco de ser cancelada, levanto a bandeira da "despavimentação já".