O Rio Grande do Sul está prestes a dar um novo passo na pesquisa envolvendo a captação de CO2 - o principal responsável pelo efeito estufa - na atmosfera. Um projeto do Instituto de Química e do Departamento de Engenharia Química da UFRGS acaba de conquistar investimento de R$ 3,8 milhões para instalar uma planta-piloto e testar novas formas de captura do gás.
O recurso virá da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. A ideia, segundo o professor Jairton Dupont, coordenador do projeto, é avaliar a viabilidade técnica e econômica do processo. Se der certo, o modelo poderá ser replicado e adotado na indústria.
Depois de capturado, o CO2 pode ser transformado em produtos valiosos no mercado, como combustíveis e lubrificantes. A lista inclui ainda o ácido fórmico, hoje importado da Alemanha, utilizado em fertilizantes e essencial para o agronegócio.
— O Rio Grande do Sul tem tudo para se destacar nessa área, e esses testes que vamos fazer são fundamentais. O que nos preocupa é a mão de obra qualificada. É nosso principal gargalo. Temos ótimos químicos no Estado, mas ainda falta gente especializada. Vamos ter de buscar pessoas fora do RS — diz o professor.
Embora os detalhes ainda não estejam totalmente definidos, a planta deve ser instalada no Campus do Vale, da UFRGS, que fica no bairro Agronomia, em Porto Alegre. Os recursos federais devem ser liberados em 2023, e a expectativa é de que a montagem da estrutura comece em 2024.
Rede gaúcha
O projeto é um dos braços da Rede Gaúcha para Captura e Valorização de CO2. Como já contamos aqui na coluna, a iniciativa integra o programa Redes Inovadoras de Tecnologias Estratégicas, criado pela Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia e pela Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado (Fapergs).