A Secretaria Municipal de Serviços Urbanos de Porto Alegre se prepara para testar, nos próximos dias, a aplicação de asfalto-borracha (feito com pneus reciclados) na manutenção de vias pavimentadas da cidade. O teste deve ocorrer na Rua Voluntários da Pátria, no Centro. Os detalhes ainda estão sendo definidos.
— É uma opção interessante do ponto de vista ecológico, mas precisamos ver como se comporta na prática. Vamos avaliar a possibilidade de adotar essa alternativa de forma mais ampla — afirma o secretário Marcos Felipi.
O titular da pasta também prevê novas aplicações de asfalto morno durante os meses de inverno (época do ano em que costumam pipocar buracos devido à umidade), a exemplo do que já ocorreu em 2021. Porto Alegre foi a primeira capital do país a adotar a tecnologia, desenvolvida pela empresa norte-americana Ingevity, com sede em Charleston, na Carolina do Sul.
O material permite obras em dias frios, o que não é possível no sistema tradicional, à base de CBUQ (concreto betuminoso usinado a quente).
— Além disso, a produção do asfalto morno gera menos emissão de CO2, o que significa menor impacto ao meio ambiente — ressalta Felipi.
De acordo com a Ingevity, a temperatura mais baixa durante a produção e aplicação da mistura morna aumenta a durabilidade do pavimento devido à menor oxidação do ligante asfáltico. Com a redução no consumo de combustível na usina, a estimativa é de que se deixe de emitir ao menos 15% de gases causadores do efeito estufa.
— Desde 2011, a adoção das misturas mornas cresce de forma intensa nos Estados Unidos. O asfalto morno já é utilizado em 44 estados americanos — diz o gerente de negócios da Ingevity no Brasil, Hernando Macedo Faria.