Uma equipe de cientistas chamou a atenção do mundo ao divulgar, na última semana, a descoberta de um asteroide raro, com mais de mil metros de diâmetro, seguindo a órbita da Terra. Pois você sabia que o grupo responsável pelo achado conta com um astrônomo do Rio Grande do Sul?
Pesquisador do Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), em Minas Gerais, o porto-alegrense Luciano Fraga, 45 anos, gremista de carteirinha, é gerente de operações brasileiras do Telescópio SOAR (fotos) - um monstrengo de 4,1 metros de diâmetro, mantido por um consórcio internacional em Cerro Pachón, nos Andes chilenos.
Foi com esse equipamento, controlado de forma remota, que a equipe liderada pelo pesquisador Toni Santana-Ros (da Universidade de Alicante e do Instituto de Ciências do Cosmos da Universidade de Barcelona), captou as imagens do corpo celeste. Batizado de 2020 XL5, o objeto era procurado há uma década, está entre os mais antigos do sistema solar e é candidato ideal para potenciais missões espaciais no futuro.
Na primeira tentativa de observação, os astrônomos enfrentaram dificuldades. Então, pediram auxílio a Fraga, que conhece como poucos o funcionamento do SOAR. Deu certo.
— Eu sabia o que tinha de ser feito. Foi um sucesso. A qualidade das imagens ficou perfeita, e o pessoal ficou bem feliz. É muito legal ver o Brasil participando de forma ativa desse tipo de pesquisa de ponta — conta, orgulhoso.
ALIÁS
Ah, e aí vai um detalhe importante sobre esse assunto: segundo os pesquisadores, não há risco de colisão do asteroide troiano com a terra, pelo menos, pelos próximos 4 mil anos. Ufa!