
Após três meses, a empresa STE apresentou à prefeitura o relatório final relativo à demolição do Esqueletão. O documento tem mais de 500 páginas e traça os cenários possíveis para desmonte da estrutura localizada no Centro Histórico.
A Secretaria de Planejamento e Assuntos Estratégicos (Smpae) não antecipa quais propostas de demolição do imóvel de 19 andares foram sugeridas pela empresa. Mas a coluna conseguiu descobrir que a implosão foi totalmente descartada. Havia risco de que o uso de dinamites pudesse impactar prédios vizinhos.
O estudo traz informações sobre o impacto de cada uma das alternativas sugeridas, o prazo de demolição para todas elas, a possibilidade de reutilização do material demolido e um plano de descarte dos materiais.
Técnicos da secretaria já deram início à análise do material. A prefeitura pretende anunciar em agosto qual proposta será adotada. Concluída essa etapa, uma nova contratação será realizada para definir quem irá fazer a demolição.
- Temos que atuar com rapidez, mas sem deixar de priorizar os aspectos técnicos e de segurança. Não se trata de uma área isolada, longe de outras edificações. O Esqueletão está encravado em meio a outros prédios. O modelo a ser escolhido precisa garantir a segurança dos trabalhadores envolvidos na demolição, da comunidade do bairro e daqueles que transitam no entorno - destaca o secretário Cezar Schirmer.
Uma avaliação prévia apontou que a demolição irá custar aproximadamente R$ 3 milhões, quase o mesmo valor gasto pelo governo gaúcho na destruição dos escombros do prédio de 14 andares da Secretaria Estadual da Segurança.
A Justiça autorizou a demolição do imóvel em 18 de abril. Um laudo do Laboratório de Ensaios e Modelos Estruturais (Leme), da UFRGS, apontou que, se nada for feito, o Esqueletão vai cair.
- A demolição do Esqueletão não apenas afasta os riscos à coletividade, como viabiliza a requalificação urbana - destaca a procuradora Eleonora Serralta.
Segundo a prefeitura, os mais de 50 proprietários do prédio têm cerca de R$ 3 milhões em dívidas de IPTU. E, em setembro de 2021, a Secretaria Municipal da Fazenda (SMF) avaliou o imóvel, que tem área superior a 13 mil metros quadrados, em cerca R$ 3,4 milhões.
A estrutura de concreto está inacabada desde a década de 1950. Em 2018, um laudo preliminar da prefeitura apontou que o imóvel corria risco crítico de desabamento. Na ocasião, o Ministério Público chegou a pedir a sua demolição.
O Esqueletão também já havia sido interditado administrativamente pela prefeitura em pelo menos duas ocasiões, nos anos de 1988 e 1990. E houve uma interdição judicial em 2019. Em 2021, os últimos moradores deixaram o local.