As investigações da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual sobre irregularidades cometidas dentro da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) começaram há quatro meses. Há, portanto, ainda muitas explicações que serão dadas pelos suspeitos e também por integrantes do governo gaúcho.
O principal indício de que algo não estava certo foi quando o então diretor-presidente da autarquia, Marcelo Gazen, determinou a suspensão e, posteriormente, a revogação de uma licitação em andamento para contratar empresas para a execução de serviços de operação e arrecadação junto a praças de pedágio. Já havia apontamentos que indicavam que o contrato em vigor apresentava falhas, como informou a Polícia Civil.
Do contrato de 2019, prorrogado em duas ocasiões de forma excepcional até a realização de uma nova disputa, foram pagos a importância aproximada de R$ 89 milhões. Desse total, a investigação aponta que ao menos 25% desse valor são suspeitos de serem ilícitos.
Mas há ainda muitas dúvidas, que expuseram um racha criado dentro da EGR. Esclarecimentos precisam ser dados para que seja possível apurar quem são os responsáveis e como o dano será reparado.
Perguntas que precisam ser respondidas:
1) Por que as mesmas empresas que já atuavam na arrecadação de recursos das praças de pedágio venceram licitação de 2019?
2) A concorrência foi direcionada para que não houvesse novos interessados?
3) Se o contrato em vigor previa atividades não realizadas, e outras que não estavam descritas mas que estavam sendo feitas, por que não se providenciou um aditivo para ajustar os serviços executados?
4) Por que Marcelo Gazen cancelou uma licitação que substituiria contratos que tinham indícios de irregularidades?
5) Se achou que a licitação apresentava falhas, por que Gazen não conduziu uma nova licitação, ou até mesmo um contrato emergencial, para substituir o anterior, que já tinha chegado ao seu final e que fora prorrogado?
6) Por que o contrato com indícios de irregularidades até hoje não foi encerrado?
7) Por que uma nova licitação ou um contrato emergencial ainda não foi lançado?
8) Quem são os demais suspeitos na investigação da Polícia Civil?
9) Se era conhecedor de problemas que existiam dentro da EGR, por que o governo do Estado não tornou público o caso antes da investigação da Polícia Civil?
10) Os valores arrecadados com pedágio estavam sobretaxados? Era possível que as tarifas cobradas pudessem ser menores?