O Internacional está próximo de conseguir um reforço importante no seu caixa, suficiente para manter a folha salarial do clube por dois meses. E não será necessário vender nenhum jogador.
O montante virá de uma longa negociação que se arrasta desde a revitalização do Beira-Rio. O Inter tem a receber aproximadamente R$ 16 milhões da Brio. A empresa da construtora Andrade Gutierrez foi criada para gerir parte do estádio, que ela ganhou direito por ter feito a reconstrução do templo colorado.
No contrato, assinado em 2012, ficou definido que as despesas de manutenção do estádio não seriam separadas. Dessa forma, os gastos com água, luz, limpeza, manutenção,, segurança e tributos seriam rateados durante os 20 anos de parceria. O Inter ficaria responsável pela maior parte do pagamento.
Porém, a Brio não vem cumprindo a sua parte. O CEO do Inter, Giovane Zanardo, destaca que a negociação está em andamento, mas que detalhes não serão divulgados para não atrapalhar o trabalho que vem ocorrendo.
- Os valores são atualizados mensalmente conforme as despesas vão acontecendo, de um lado ou de outro. Estamos negociando esses valores, além de se ajustarem mensalmente por conta do encontro de contas - informa Zanardo.
O advogado contratado pelo Internacional para gerir este contrato com a Andrade Gutierrez, Eduardo Mariotti, reforça que não é possível dar detalhes do contrato.
- Este contrato contém cláusula de confidencialidade que impede que as partes divulguem informações - destaca ele.
A assessoria da Brio confirmou que o assunto está sendo resolvido entre as partes.
Em 2017, a Andrade Gutierrez até tentou vender a sua participação no Beira-Rio. E o Inter cogitou adquirir. Porém, o negócio não evoluiu.
A revitalização custou R$ 331 milhões. A construtora buscou financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para realizar as obras.
Como forma de ressarcir a empresa pelos trabalhos, o Inter ofereceu à construtora o direito de explorar por 20 anos as receitas relativas a 121 camarotes e sky boxes, 5 mil cadeiras VIPs, aproximadamente 6 mil m² de área comercial para locação, três mil vagas de estacionamento no edifício garagem, além da exploração de shows e eventos e venda do marketing esportivo do estádio. O Inter manteve os direitos sobre bilheteria e as demais quatro mil vagas de estacionamento.
No início da noite, a assessoria de imprensa da Brio encaminhou nota à coluna contestando as informações. Veja a íntegra abaixo.
"A SPE Holding Beira-Rio S.A. (BRIO), empresa parceira do Sport Club Internacional na administração do Complexo Beira-Rio, esclarece que as informações acerca de dívida entre a BRIO e o Sport Club Internacional, veiculadas em GZH nesta tarde, não estão corretas. E, respeitando cláusula do contrato entre as partes que as obriga à confidencialidade no seu relacionamento, a BRIO não irá divulgar informações sobre recíprocas pendências financeiras."