Um mês após o surgimento de uma nova proposta para solucionar a retomada das obras no entorno da Arena do Grêmio, o processo está avançando. A prefeitura de Porto Alegre deu aval para o prosseguimento das negociações. O próximo passo, agora, é buscar um acordo com os integrantes do Ministério Público (MP-RS).
O assunto é tratado com todo o cuidado para não haver indisposição entre as partes. Tanto que este avanço não é reconhecido oficialmente.
A assessoria da Procuradoria-Geral do Município (PGM) diz que aguarda a formalização da proposta para poder avaliar o assunto com o Ministério Público. Uma reunião entre procuradores e promotores do Meio Ambiente e do Núcleo Permanente de Incentivo à Autocomposição do MP foi realizada há 13 dias para restabelecer a comunicação entre as partes e buscar novas alternativas sobre o entorno da Arena.
A assessoria do MP diz não ter recebido informações sobre essa nova proposta. Sobre a reunião, diz que ela serviu para buscar um alinhamento com a PGM.
Nova proposta
Na negociação mais recente, encaminhada há um mês à prefeitura, a OAS assume as obras que sempre foram de sua responsabilidade. O Grêmio inclui todo o seu patrimônio como garantia, caso a construtora não cumpra a sua parte e que não seja possível buscar reparação através dos bens da empresa.
O acordo, além da sinalização positiva para o começo dos trabalhos, propiciaria a liberação do habite-se as torres residenciais do condomínio Liberdade 2, ao lado do estádio. O Liberdade 1 já foi liberado.
Enquanto isso, os proprietários dos imóveis, com e sem habite-se, também sofrem com este impasse.
- A trajetória é toda dolorida. Tem proprietários que, no meio do caminho, desistiram de morar, cancelaram seus contratos. Eu acredito e espero que tudo se resolva pelo bem da comunidade do bairro Farrapos e Humaitá - desabafa Jucemara Jullien, uma das moradoras e síndica do condomínio Liberdade I.
Sexta tentativa
Essa é a sexta tratativa construída desde 2012. As cinco anteriores tiveram desfecho negativo. As obras no entorno da Arena do Grêmio completaram, em março, cinco anos paradas.
Quando forem retomadas, elas devem durar quatro anos e 10 meses. A prefeitura precisará realizar desapropriações nas áreas.
Os trabalhos começariam na rotatória entre as avenidas A.J.Renner, Padre Leopoldo Brentano e rua José Pedro Boéssio e continuariam pelo 1,8 quilômetro da A.J. Renner em direção à rua Dona Teodora, concomitante à limpeza e desassoreamento da rede coletora pluvial. Por fim, seriam feitas as melhorias na Padre Leopoldo Brentano e na José Pedro Boéssio e seriam construídas as últimas contrapartidas: uma nova estação de esgoto e um batalhão da PM. O investimento também seria escalonado, começando com R$ 1,2 milhão no primeiro ano e chegando a R$ 14,5 milhões nos últimos 10 meses.