Venceu na terça-feira (24) o prazo para que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) informasse o Ministério Público Federal (MPF) sobre as soluções encontradas para corrigir um trecho de 200 metros da nova ponte do Guaíba, que foi construído 44 centímetros mais baixo do que previa o edital. O ponto em questão fica no Canal Furado Grande, entre a Ilha do Pavão e Ilha Grande dos Marinheiros.
Horas antes do fim do prazo, a autarquia encaminhou ofício ao procurador da República, Enrico Rodrigues de Freitas, pedindo mais 15 dias para dar explicações. Este é o terceiro adiamento de prazo desde que o processo foi aberto em junho.
A superintendência do Dnit no Rio Grande do Sul está aguardando manifestação da Diretoria de Planejamento e Pesquisa em Brasília que deve analisar relatório feito pela empresa Ecoplan, que apontou a diferença na altura de parte da ponte. O departamento deverá informar se o trecho terá que ser corrigido ou se irá aceitar um estudo diferente do que o que previa a licitação, que justificaria parte da elevada ter sido construída mais baixa.
O procurador da República Enrico Rodrigues já informou que, se o processo aberto pelo Dnit não esclarecer os fatos, uma equipe técnica do MPF irá analisar os procedimentos adotados.
Entenda a polêmica
Em 29 de março, a Ecoplan - contratada para fazer a supervisão da construção - oficiou o Dnit avisando que o trecho foi construído diferente do que foi previsto originalmente.
Este levantamento que foi usado pelo consórcio responsável pelas obras, formado pelas empresas Queiroz Galvão e EGT Engenharia, foi feito pela prefeitura de Porto Alegre e embasou o projeto do reassentamento dos moradores das ilhas. Tanto o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, quanto o diretor-geral do Dnit, general do Exército Antônio Leite dos Santos Filho, negam que houve alguma irregularidade na obra.
Ainda em julho, a Queiroz Galvão retomou o trabalho na região. A construtora corre contra o tempo para compensar os dias parados. A obra ficou quatro meses sem avanço por decisão do Dnit e a construção foi reiniciada após pedido da empresa executora da elevada.