Desde esta sexta-feira (5), a duplicação da RS-118 não conta com a atuação da construtora Toniolo, Busnello. A empresa é a responsável pela construção da nova pista e reforma da atual nos primeiros cinco quilômetros, em Sapucaia do Sul.
Aproximadamente 90 pessoas trabalhavam na obra. Este número foi reduzido para vinte. Hoje, todos estão demitidos. Além disso, 20 caminhoneiros terceirizados foram dispensados.
Um ofício foi enviado ao Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) na quinta-feira (4) informando a decisão da construtora. Em 27 de março, a empresa já havia informado ao Daer que reduziria significativamente o ritmo das atividades.
Três motivos fizeram a construtora tomar essa medida: falta de fornecimento asfáltico desde setembro do ano passado, falta de definição clara sobre o orçamento que ficará disponível para a duplicação em 2019, além de uma dívida de R$ 1,5 milhão que o governo tem com a empresa desde dezembro.
- O motivo da paralisação é que a obra até hoje não tem orçamento. Por consequência as produções de janeiro, fevereiro e março, avaliadas em aproximadamente R$ 6 milhões não podem ser faturadas e pagas pelo Daer.
Quando ficar resolvida a situação orçamentária, retomaremos a obra no ritmo definido pela Estado - informou o diretor Humberto Busnello.
A empresa Sogel, responsável pela construção do viaduto sobre o Trensurb, em Sapucaia do Sul, não realiza obras desde o começo do ano. Inclusive, seu canteiro de obras tem sido alvo de furtos.
Poucos trabalhos ocorrem neste momento na rodovia. No mês passado, a construtora Sultepa voltou para a obra, depois de dois meses afastada. Porém, o ritmo da duplicação em 16 quilômetros de Gravataí a Sapucaia do Sul se dá de forma lenta. Não há fornecimento de asfalto e a empresa tem a receber R$ 2 milhões do Daer.
A construção do viaduto da avenida Theodomiro Porto da Fonseca e das pontes sobre o Arroio Sapucaia, ambas em Sapucaia do Sul estão ocorrendo mas devem parar em breve.
A Secretaria Estadual dos Transportes informa que está trabalhando com a Secretaria Estadual da Fazenda para liberar os recursos. Além do valor devido diretamente às empresas, o secretário Juvir Costella está buscando a retomada do fornecimento do asfalto. A empresa Stratura, subsidiária da Petrobras, tinha a receber R$ 13 milhões de produto que foi entregue ainda em 2018. Desse total, R$ 11 milhões já foram quitados. O contrato em vigor chegou ao fim em março e o governo negocia um novo aditivo.
Com as dificuldades enfrentadas, Costella já prevê uma nova data para concluir a duplicação que vai completar 13 anos em julho. Em vez de entregar as obras no fim do ano, a nova expectativa do secretário é ver a finalização dos trabalhos até dezembro de 2020.