
O furto é provavelmente o menos prioritário dos crimes, na longa lista que as polícias precisam combater. Como não envolve violência e, via de regra, mexe com pequenos valores, está longe de ser alvo de operações. Nesta terça-feira (1°) virou prioridade, num trabalho do delegado Joel Wagner, da 2ª Delegacia de Polícia de Gravataí. Ele cumpriu 13 mandados de prisão contra quadrilheiros especializados em abrir veículos alheios e levar objetos, sem que os donos percebam a ação.
É o chamado furto em veículo, perdido nas estatísticas, mas que rende uma dor de cabeça enorme às vítimas. Como mostra a colega Leticia Mendes em reportagem sobre a operação policial em Gravataí, uma família que parou para lanchar num restaurante à beira da freeway teve TODOS os pertences levados por ladrões: malas, cartões de crédito, dinheiro, celulares, e eletrônicos. Sem que os criminosos arrombassem o carro.
É que os ladrões usam um artefato apelidado de chapolin. Trata-se de um bloqueador de sinais que impede que o veículo seja trancado pela chave eletrônica. Os donos saem, confiantes de que o carro está fechado, quando está de trancas abertas.
Só quem já perdeu documentos e celulares para saber como repor os dados é trabalhoso. A coisa piora muito se a quadrilha autora do furto for dedicada também a estelionato (ou se repassar os objetos para um estelionatário ou hacker). Aí a vítima tem sua vida bagunçada de vez, quando seu nome e foto são usados para cometer golpes, contrair dívidas e outras ações ilícitas.
Importante que, vez que outra, as polícias Civil e Militar atuem contra esses criminosos que agem sem disparar tiros, mas que resultam em grave prejuízo para seus alvos.