Canso de ver comentários depreciativos nas redes sociais a respeito do papel das Forças Armadas, vindo de gente de direita e de esquerda. Os mais conservadores querem usar tropas federais para ocupar favelas, numa espécie de estado de sítio permanente e que só vigoraria nos lugares mais pobres. Coitados dos moradores honestos...Já muitos esquerdistas dão a entender que militar não trabalha, ganha o soldo só para fazer exercício e brincar de ordem unida. Querem usar o Exército para varrer ruas, por exemplo, ignorando que a missão de defesa do país necessita de adestramento permanente e uma tropa capaz de reagir com presteza.
Nem tanto ao Céu, nem tanto à Terra. Que tal um meio termo? As Forças Armadas se destinam prioritariamente à defesa contra inimigos externos. Para combater crimes e esclarecê-los, existem as polícias. Isso não sou eu que digo, é a Constituição Federal. Então, nada de ocupação territorial permanente por tropas federais – até mesmo porque não surtiria o efeito desejado; o inimigo, o criminoso, age menos por dominação de terreno e mais por convencimento dos corações e mentes dos jovens. Tampouco adianta ficar destinando aos militares as tarefas que outros profissionais já cumprem com louvor, como limpezas de rua.
Que tal patrulhas de fronteira? É missão constitucional ideal e que reprime um dos inimigos do país, o criminoso que facilita a fuga de divisas e sabota nossa economia. E essa tarefa os militares fazem cotidianamente. Você já viu o Exército em ação nas fronteiras terrestres mais conturbadas, como a do Brasil com o Paraguai e a Bolívia. Mas sabia que o Litoral também tem fronteiras e eles agem ali?
Sim. O 6º Grupo de Artilharia de Campanha (6º GAC) participa desde 18 de maio da Operação Fronteira Sul, junto com polícias e Receita Federal. É o combate a narcotráfico, crimes ambientais, tráfico de armas e munições, contrabando e outros crimes relacionados. O Exército montou barreiras em toda a região litorânea que vai de Rio Grande ao Chuí, na fronteira com o Uruguai. Ela é repleta de estradinhas vicinais muito usadas por contrabandistas. Os criminosos inclusive usam a própria areia da praia para se deslocar velozmente, em veículos com tração nas quatro rodas. Pois, agora, eles têm deparado com os milicos, dentro e fora da orla. Um belo exemplo de proatividade das Forças Armadas.