Foi de grande leitura a entrevista feita pela colega Jennifer Gularte com o comerciante que baleou dois criminosos ao reagir a um assalto. A população adora. Pudera, os roubos são os crimes que mais abalam a confiança da comunidade dentre os tantos delitos que assolam o país. Duvido que você não conheça alguém que foi assaltado. Isso se também não foi vítima.
Pois o comerciante é o primeiro a admitir os riscos da atitude. Ele só decidiu reagir porque sua mulher e a sogra estavam na mira de armas dos criminosos (eram de brinquedo, mas não havia como saber isso). Quando o assaltante o viu e virou a arma para ele, o homem disparou seis vezes. Matou um dos ladrões, feriu outro e o terceiro fugiu.
O homem se deu bem, mas ele mesmo acredita que poderia ter finalizado mal a reação. Bastava que as armas fossem verdadeiras e ele fosse tocaiado por um dos criminosos que não enxergava (ele só viu, na hora, um dos rapazes). Em assaltos, é usual que um criminoso faça a "frente" (se posicione de forma ostensiva) e outro fique atrás, disfarçado, pronto para acudir o companheiro e atirar contra quem ouse reagir. Para sorte das vítimas, as armas dos ladrões eram falsas.
Houve também um efeito colateral nos tiros: uma das balas pegou na sogra do comerciante. Tiro disparado por ele, no calor da emoção.
Esse é um dos problemas das reações emocionais: você pode mirar em alguém e acertar um inocente. Outro problema, já registrado aqui, é que quem reage pode atingir um dos bandidos e ser atingido pelo comparsa desse.
Na dúvida, não reaja, aconselham policiais.