A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.

Depois da enchente, que fechou o Aeroporto Internacional Salgado Filho por cinco meses, empresas gaúchas de azeite de oliva esbarram, neste ano, em um novo obstáculo na hora de enviar amostras para concursos internacionais. É a greve dos auditores fiscais da Receita Federal que atuam na aduana.
Presidente do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva), Renato Fernandes reconheceu à coluna que a mobilização tem afetado o envio de rótulos às competições, que são importantes para atestar a qualidade do produto brasileiro:
— Ainda assim, as empresas têm conseguido fazer chegar (as amostras) aos concursos. A qualidade do azeite de oliva nacional vai ser comprovada, mais uma vez, nessas competições.
A Estância das Oliveiras, marca de azeite localizada em Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre, é uma das empresas afetadas. Conforme Rafael Goezler, diretor do negócio, perdeu-se, inclusive, algumas premiações por conta da greve:
— Os azeites que enviamos para concurso ficaram parados em Guarulhos, para uma operação padrão, de 15 a 20 dias.
O Sindicato dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional), no entanto, diz que as exportações estão ficando paradas de sete a oito dias em decorrência da operação-padrão.
A greve dos auditores fiscais da Receita Federal, iniciada em novembro do ano passado, busca recomposição inflacionária do vencimento básico. Conforme o Sindifisco Nacional, o salário da categoria está congelado desde 2016, com exceção dos 9% de reajuste dados em 2023 para todas as carreiras.