
É com a combinação de argumentos técnicos e pressão política que entidades representativas de produtores do RS tentam chegar à solução para o problema do endividamento. Nesta terça (22), representantes de Banco do Brasil, Banrisul e Sicredi estiveram reunidos com integrantes das federações da Agricultura (Farsul) e dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS) para tratar da estratificação dos passivos.
Na prática, significa chegar não só à cifra, mas também quantos dos financiamentos abertos foram renegociados ou não e se são linhas com juro controlado (em que entra subvenção do governo federal) ou livre.
— Se criou a metodologia para unificar as informações e ter um diagnóstico preciso — pontua Domingos Velho Lopes, vice-presidente da Farsul.
A ideia é colocar todos "na mesma página". Essa estratificação atende também a pedido do Ministério da Fazenda — feito em reunião na semana passada. Nesta quarta, duas novas agendas estão previstas. A primeira, com técnicos da pasta. E a segunda, com o ministro Fernando Haddad, da qual participam os senadores Luis Carlos Heinze e Hamilton Mourão.
Heinze é autor no Senado do projeto de lei que propõe a securitização (ou seja, a transformação dos passivos acumulados em um novo contrato, único, com prazo alongado para pagamento).
— A missão técnica andou aqui e está andando ao mesmo tempo a parte política (em Brasília) — avalia o vice-presidente da Farsul.
Presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva participou da audiência pública de forma virtual. Nesta quarta, embarca para Brasília.
— Tem de resolver com o governo, senão, é discurso para nós mesmos, e as coisas não se resolvem — ponderou o dirigente.
Levantamento feito pelo Ministério da Agricultura, e que deverá se agora atualizado, apontava um valor de R$ 113,67 bilhões em financiamentos a vencer neste ano e pós 2025.