A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.

Se a dificuldade de acesso a crédito rural pelas fontes tradicionais marca a Agrishow deste ano, a expectativa pelo próximo Plano Safra também. O pacote de recursos lançado pelo governo federal para ajudar o produtor a custear a sua produção agropecuária ao longo de 2025/2026 deve sair no final de junho. Até lá, repercutem projeções e revindicações — agora dentro da 30ª edição de uma das principais feiras do agronegócio brasileiro, que ocorre até esta sexta-feira (2), em Ribeirão Preto, São Paulo.
A Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), por exemplo, aproveitou o palco do evento para apresentar a sua proposta para o próximo Plano Safra. A também conhecida como bancada ruralista prevê ser necessário um volume total de R$ 599 bilhões, entre recursos públicos, privados e compulsórios. Também sugeriu um aporte adicional de R$ 5,99 bilhões — equivalente a 1% do total — para subsidiar o Programa de Seguro Rural (PSR).
O valor é similar ao apresentado pela principal entidade do setor no país, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que propôs um montante de R$ 594 bilhões no final da semana passada ao governo federal.
Para Carlos Aguiar, diretor de Agronegócio do Santander, o pacote a ser anunciado será “normal, sem nada específico para o Rio Grande do Sul”, inclusive. No caso do banco, o Estado responde por 3% dos R$ 100 bilhões da carteira.
Além disso, a partir de uma conversa em Brasília na semana passada, Aguiar adiantou que deve haver “um pequeno aumento” de até 1,5% nas taxas de juros em quase todas as linhas de financiamento. É por isso que recomenda que o produtor gaúcho — e do resto do país — não espere pelo lançamento do pacote:
— Tem um timing de tomar dinheiro. Não pode ficar esperando, ficar imobilizado.
Presidente da FPA, o deputado federal Pedro Lupion também enxerga de forma semelhante. Durante a abertura da Agrishow, no último domingo (27), o parlamentar defendeu a criação de um pacote robusto, mas ponderou a necessidade do produtor buscar também modelos alternativos de financiamento.
*A coluna viajou a Ribeirão Preto a convite de pool organizado pela CDI Comunicação