A multiplicação de relatos e imagens de produtores confirma que a falta de chuva cobra — e cobrará — seu preço da produção agropecuária. No momento, a “fatura” é variada, com perdas que vão “dos oito aos oitenta”, ou seja, há grande variabilidade de impactos nas lavouras de grãos, com os maiores problemas concentrados nas Missões, Fronteira Oeste e Região Central. Já se sabe que as projeções inicias para a safra não devem ser atingidas por conta do cenário de impactos que não podem ser revertidos, mas em que proporção?
— Quantificar ainda é muito prematuro. Precisamos ter um pouco de cautela do que o clima vai desenhando — pontuou Claudinei Baldissera, diretor técnico da Emater em debate sobre o tema no programa Conversas Cruzadas.
A afirmação faz sentido à medida que o retorno da chuva em quantidade adequada pode salvar parte da produção em razão do período de desenvolvimento em que se encontram. Levantamento semanal da Emater apontou que 49% da área com soja está em floração e enchimento de grão, etapa em que a falta de umidade é crucial para a definição do rendimento. Ou seja, há um percentual significativo que ainda não chegou lá, e tem chance de garantir um bom resultado. A maior parte da cultura tem o mês “D” em fevereiro, o que dá um certo espaço de tempo para a chuva aparecer. A cada dia que passa, no entanto, a janela encurta e os efeitos crescem.