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A demanda por crédito para o agro superior à oferta a partir dos fundos tradicionais fez nascer uma parceria entre as empresas cerealistas do Brasil e a Farmtech, fintech voltada ao agro. E acaba de dar forma ao CerealCred, apresentado oficialmente na 2ª edição do Congresso Cerealista Brasileiro, que segue até sábado (23), em Garibaldi, na Serra.
Na prática, será um opção de financiamento a partir de fontes privadas de recursos, voltada ao universo das empresas cerealistas e seus clientes. No primeiro momento, o potencial é de até R$ 500 milhões , com ticket médio de R$ 10 milhões por empresa e adesão de cerca de 50 associados.
— A cerealista não pode só comprar e vender grão. Isso cria uma alternativa e fortalece os nossos associados — avalia Jerônimo Goergen, presidente da Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (Acebra), organizadora do Congresso.
Criada por três gaúchos, a Farmtech começou a operar em 2017. E, de lá para cá, emprestou mais de R$ 24 bilhões, com mais de 250 mil transações e 22 mil clientes, entre revendas e produtores, aponta Ricardo Alves, co-fundador e diretor comercial da fintech.
O papel da empresa é fazer a gestão desse crédito, com a promessa de agilidade e desburocratização no processo.
— É o crédito a um clique de distância — compara o co-fundador.
Inicialmente, os recursos captados se destinam à aquisição de insumos. Sobre a possibilidade da parceria se transformar em um banco, Alves observa:
— Se a melhor estrutura para dar toda a trilha de produtos for um banco, aí a gente pode evoluir para esse caminho. Se não for, não.