A primeira e mais importante informação sobre a prova do Bocal de Ouro, que está sendo realizada até domingo (21), no parque Assis Brasis, em Esteio, é: todos os animais que entram em pista são inéditos na competição. Ou seja, nunca disputaram o circuito do Freio de Ouro, considerada a prova mais importante da raça de cavalos crioulos. Neste ano, a seletiva que garante oito vagas para machos e oito para fêmeas na grande final ocorre pela primeira vez com a pista coberta.
.— É uma arena preparada para esse tipo de competição, preparada para o cavalo, voltada para o mundo equestre, não só para o cavalo crioulo, mas também para outras raças. Foi projeta para que a gente consiga extrair o máximo do cavalo no momento atual — afirma André Rosa, presidente da Comissão de Provas Funcionais da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), sobre a a pista de Esteio.
A coluna foi buscar oito curiosidades, uma para cada vaga, sobre o Bocal. Confira:
1) O Bocal
O Bocal de Ouro é uma das classificatórias realizadas dentro do circuito do Freio de Ouro, competição organizada pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCC) e considerada a mais importante da rala. O Freio é a prova máxima da raça, uma alusão ao que o cavalo carrega na boca, que é o freio. E o bocal é a ferramenta que o gaúcho usa no início da doma. "É uma alusão ao início do processo de doma, do processo funcional do cavalo", explica André Rosa, presidente da Comissão de Provas Funcionais da ABCCC.
2) Mudança de nome
Foi em 2000 que essa etapa passou a se chamar Bocal de Ouro. Até então, era conhecida como Final Nacional de Inéditos. E naquele ano, a fêmea Bocal de Ouro, Destaque de Santa Adriana, sagrou-se também Freio de Ouro.
3) Primeira nota 10
Foi na etapa do Bocal de Ouro de 2012 que se escreveu um capítulo histórico para o cavalo crioulo. A égua Oraca do Itapororó foi o primeiro exemplar a receber a nota 10 na etapa de morfologia (quando são avaliadas as características do animal dentro dos padrões da raça e as angulações, que influenciam no desempenho das provas funcionais).
4) Etapa que faz campeões
Ao longo da história da competição, vários vencedores da etapa de inéditos acabaram se consagrando também vencedores do Freio de Ouro. A última vez que isso aconteceu foi em 2020, ano em que a pandemia exigiu protocolos diferentes para a realização da competição. Foi quando Baliza III do Itapororó levou o Bocal e o Freio de Ouro entre as fêmeas
5) Dobradinha
Em 2015, os vendedores do Bocal de Ouro fizeram dobradinha também na grande final da competição. JC Utopia, que havia vencido a seletiva entre as fêmeas, foi Freio de Ouro. E JA Libertador, Bocal de Ouro entre os machos, levou também o Freio de Ouro.
6) Inéditos só no Freio
Os animais que entram em pista no Bocal de Ouro em busca de uma vaga na final do Freio de Ouro precisam ser inéditos apenas nessa competição. Podem ter participado de outras modalidades (são 14, no total).
7) Régua alta
As médias obtidas pelos conjuntos (animal e ginete) nas etapas do Bocal de Ouro costumam ser as mais altas de todo o ciclo. O circuito do Freio de Ouro começa com as credenciadoras, que dão direito a disputar as classificatórias. Nas classificatórias, por sua vez, busca-se uma vaga na grande final da prova, durante a Expointer.
8) Com cobertura
Esse será o primeiro ano em que a seletiva do Bocal de Ouro será realizada no parque Assis Brasil, em Esteio, com pista coberta. No ano passado, a seletiva foi disputada em Rolante. A cobertura estava sendo erguida e ficou pronta para a final do Freio de Ouro.