A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Com o retorno da chuva no Rio Grande do Sul, o setor de hortifrutigranjeiros voltou a contabilizar perdas. Em Porto Alegre, na Centrais de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa/RS), os prejuízos causados aos produtores se convertem em preços maiores em alguns produtos, como o de hortaliças — porque a oferta diminuiu. Da semana passada para essa, o valor da unidade da alface, por exemplo, aumentou 108%. Passou de R$ 1,00 para R$ 2,08.
Abastecida principalmente pela produção da Região Metropolitana, Litoral Norte, Vale do Caí e Serra, a Ceasa/RS acaba sendo um termômetro para eventos climáticos como esse, explica Claiton Colvelo, gerente técnico da Ceasa/RS:
— A alface é uma das culturas mais suscetíveis entre as hortaliças-folha. Mas também a rúcula, o agrião, a couve-flor e a couve-brócolis. Depende muito da conjunção dos fatores climáticos.
Entre as dificuldades que os produtores que abastecem a Ceasa/RS estão enfrentando, Colvelo cita também o alagamento de hortas, dificuldades de colheita, acessos e estradas com quedas de barreira ou alagadas.
Nesse mesmo período, o molho do agrião também registrou alta, de 25%. O preço foi de R$ 1,00 para R$ 1,25 em sete dias.
No caso dessa folha, o gerente técnico da Ceasa/RS cita como outro problema o alagamento das valas de produção.
— O excesso de chuva alaga as valas, “deita” as plantas e, em alguns casos, a água entra com barro nas valas.