A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Do amarelo ao rosa forte, com sabores que vão dos mais doces aos mais ácidos e tamanhos diferentes, começam a chegar ao mercado as primeiras pitaias essencialmente brasileiras. As cinco variedades da fruta desenvolvidas pela Embrapa ao longo de mais de 20 anos foram lançadas durante a feira de tecnologia AgroBrasília, na capital federal. E prometem agradar tanto o paladar do consumidor quanto o bolso do produtor.
Na avaliação de Luís Bohn, assistente técnico do escritório regional da Emater de Porto Alegre, que ajudará a compartilhar a novidade entre os produtores, essa é uma oportunidade para dar competitividade à fruta frente a outras:
— Para muitos, a pitaia não tem gosto de nada. E o seu tamanho dificulta a pessoa a levar numa bolsa para fazer um lanche, como é no caso da maçã, por exemplo. Em dois a três anos, o consumidor terá uma outra percepção dela.
Além de uma genética nacional, o trabalho de melhoramento buscou facilitar a vida (e reduzir o custo de produção) do produtor, com cultivares mais produtivas e resistentes a doenças, e aperfeiçoar o sabor e o tamanho das frutas para o consumidor.
Com elas, o chefe de transferência de tecnologia da Embrapa Cerrados, do Distrito Federal, e um dos responsáveis por esse trabalho, Fábio Faleiro, acredita que o mercado, já em expansão, possa crescer ainda mais:
— O consumidor está conhecendo mais a fruta, suas características benéficas à saúde, e utilizando-a em diferentes formas, para receitas doces, salgadas e até mesmo em drinks.
Compartilhando a mesma perspectiva, o técnico da Emater projeta, inclusive, que o preço da fruta possa cair no varejo no futuro:
— Ainda que siga como uma especiaria, uma fruta diferenciada, diferente da bergamota, da banana e da maçã — pondera.
No Brasil, a pitaia começou a ser plantada comercialmente há 20 anos e, hoje em dia, já está entre os 10 países maiores produtores, com 1,5 mil hectares plantados. No Rio Grande do Sul, o movimento de expansão começou nos últimos sete anos, recorda Bohn, e hoje soma 110 hectares, conforme levantamento da Emater.
As variedades desenvolvidas pela Embrapa podem ser plantadas em todas as regiões brasileiras.
O que essas pitaias têm?
Que características são trazidas à fruta com as cultivares da Embrapa
- Uma das cultivares resulta em fruta redonda e grande (com peso médio de 600g), com casca rosa, polpa branca e alta produtividade (superior a 35 quilos de fruta por planta);
- Outra produz uma fruta alongada e grande (com peso médio de 600g), com casca rosa e polpa branca e alta produtividade (superior a 35 quilos de fruta por planta);
- Uma terceira resulta na "mini pitaia", com casca rosa, polpa branca e sabor adocicado e ácido ao mesmo tempo;
- Há ainda a que gera uma fruta médiana (peso médio de 250g), com casca rosa, polpa roxa e alta produtividade (42 quilos de fruta por planta)
- E tem a que resulta em fruta pequena (peso médio de 150g), com casca amarela, polpa branca e sabor muito doce
Fonte: Embrapa Cerrados