
Quanto mais avança o ciclo de verão no Rio Grande do Sul, mais difícil vai ficando a previsão da colheita. A dificuldade vem da manutenção de um quadro com chuva inexistente, insuficiente ou irregular. Nesse cenário, a precisão em estimar volumes a serem produzidos — ou perdidos — fica bastante comprometida. Para a próxima semana, o boletim meteorológico da Secretaria da Agricultura prevê não só tempo seco, mas temperaturas elevadas, uma combinação com potencial para ampliar estragos.
No intervalo de 12 a 18 deste mês, alguns pontos do Estado representativos na produção de grãos tiveram bons acumulados de chuva, o que ajudou a amenizar a situação, sobretudo em relação às lavouras de soja. Em Passo Fundo, por exemplo, foram 85 milímetros. Em contrapartida, municípios como Uruguaiana, Teutônia e Santa Vitória do Palmar não tiveram registros de chuva, aponta o boletim.
O resultado é uma evolução desuniforme das lavouras. No levantamento semanal, a Emater destaca que as maiores dificuldades no desenvolvimento da soja aparecem na Região Central e na Fronteia Oeste. Por outro lado, há áreas, como a de Caxias do Sul, onde as condições das lavouras são consideradas satisfatórias.
No milho, os prejuízos estão consolidados nas áreas que fazem o cultivo mais cedo. Na regional de Santa Maria, por exemplo, estima-se perdas de até 50% na área cultivada — mas há percentuais que vão além, como em Tupanciretã e Paraíso do Sul, com 80% da produção do grão comprometida.