Com uma segunda-feira (16) atípica, marcada por um feriado, a Bolsa de Chicago, nos Estados Unidos, abre nesta terça-feira (17) a semana, com o mercado ainda de olho nos nossos vizinhos argentinos. Na semana passada, foi a indicação de quebra na safra de soja dos hermanos que mexeu, junto com outros fatores, na balança dos preços da commodity. Relatório de janeiro do Departamento de Agricultura americano (USDA, na sigla em inglês) fez um corte no volume da produção da Argentina, em relação ao dado de dezembro, apontando agora 47,5 milhões de toneladas.
As perdas decorrentes do tempo seco, no entanto, podem ser ainda maiores. Números da Bolsa de Comércio de Rosário projetam uma produção de 37 milhões de toneladas, recuo de 25% em relação à estimativa inicial. A falta de umidade impediu o plantio de 1,1 milhão de hectares, segundo o relatório mensal da bolsa.
— A Argentina está com problema já detectado de quebra, o que está em jogo é o tamanho, e o mercado vai ficar especulando nesse sentido — observa Ruan Sene, analista de mercado da Grão Direto.
Este é o período do ano em que a produção e as notícias do clima na América do Sul são os principais impulsionadores do mercado no curto prazo, como destaca análise de Joe Janzen, do Departamento de Economia Agrícola e do Consumidor da Universidade de Illinois, nos EUA. Embora o USDA também tenha revisado ligeiramente a produção de milho e soja no Brasil, uma safra recorde continua sendo a expectativa — mesmo panorama dos levantamentos de Conab e IBGE.
— Por mais que tenha esse problema (estiagem) no Rio Grande do Sul, neste momento, o mercado está especulando principalmente a produção da Argentina — reforça Sene.