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O tom menos brando do que o de costume nos discursos da cerimônia de abertura da 22ª Expodireto Cotrijal, nesta segunda-feira (07), refletia o sentimento de frustração pela ausência de representantes do governo federal "de Brasília". Por isso leia-se a do presidente Jair Bolsonaro e a da Ministra da Agricultura, Tereza Cristina. O chefe do Executivo já havia informado, por meio de um comunicado oficial, que não poderia comparecer em razão de outros compromissos. Quanto à titular do ministério, até o último minuto, havia a expectativa de se fizesse presente.
Primeiro, porque, como produtora rural que é, faz questão de ver de perto tudo o que diz respeito ao setor. Suas portas estão sempre abertas a receber demandas e compartilhar boas notícias. Segundo, porque já são quase dois meses desde a visita dela a propriedades atingidas pela estiagem no Estado.
De lá para cá, alguns pontos foram equacionados, mas outros seguem pendentes. É o caso do pedido para a prorrogação dos vencimentos das parcelas de financiamentos. Sabe-se que há mobilização para isso, mas só um adicional no orçamento da União pode viabilizar a medida. Também é aguardada a resolução para que se possa fazer o rebate das prestações de produtores sem Proagro (seguro para intempéries).
Por enquanto, o que saiu foi a retomada das linhas de custeio do Pronaf (da agricultura familiar) no atual Plano Safra (com o remanejamento de R$ 925,01 milhões das pastas da Agricultura e da Economia). As demais modalidades, no entanto, seguem suspensas.
— Estranhamos a ausência do governo federal. Esperávamos que estivessem aqui e com anúncios. Parece que não se deram conta da gravidade da estiagem. Produtores estão tendo de vender vacas de leite para pagar o custeio — disse Carlos Joel da Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS).
O presidente da feira, Nei César Manica, falou por telefone com Tereza Cristina, de quem ouviu os motivos para a impossibilidade de se fazer presente no ato. E, ainda, uma sinalização de que ela e o presidente da República poderão visitar o parque, na sexta-feira, dia 11, o último do evento. E isso traz de volta a expectativa de que, mais do que comparecer, eles possam trazer notícias capazes de aliviar as preocupações de quem investiu para colher, mas tem visto as lavouras minguar com o tempo seco prolongado. O recado veio nas palavras proferidas na cerimônia.
Manica falou sobre repercutir em Brasília o que foi dito em Não-Me-Toque. E aproveitou a presença dos demais representantes políticos para cobrar celeridade nas ações:
— O Brasil é dirigido e guiado pelas ações de vocês.