Um dos principais assuntos do país no momento, o preço da carne foi parar na mesa do balanço anual da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília. Aliás, o mercado externo teve destaque na análise do ano que passou e do que está por vir.
O superintendente técnico, Bruno Lucchi, tranquilizou: não faltará carne. Com a valorização de preços, o produtor se sentirá estimulado para investir em tecnologia, o que amplia escala e melhora qualidade do produto.
— O que ocorreu (neste ano ) foi a exceção da exceção, tanto em relação à China quanto em mercado doméstico, vários fatores juntos. Oferta e demanda vão se equilibrar — acrescentou.
Peste suína africana, oferta reprimida e demanda em recuperação são as razões para que se chegasse ao cenário atual de preços, tanto no valor da arroba (unidade de medida que equivale a 15 quilos) quanto no do quilo de carne.
Por meio de estatísticas, apresentou a demanda ampliada da China. Na carne bovina, 24,6% do produto brasileiro foi enviado ao país asiático. No caso da suína, o percentual é de 40%, segundo dados das exportações de janeiro a novembro deste ano. Internamente, o aumento do abate de fêmeas nos últimos quatro anos ajudam a entender o cenário de oferta reduzida. Em relação à demanda, o superintendente pontuou fatores que indicam melhora do cenário econômico, como os dados do PIB brasileiro.
O que ocorreu foi a exceção da exceção.
BRUNO LUCCHI
Superintendente técnico da CNA
China, União Europeia, Estados Unidos, Japã e Irã foram os cinco principais parceiros do agronegócio brasileiro, respondendo por 62,6% dos embarques do setor. Superintendente de relações internacionais da CNA, Lígia Dutra reforçou que a entidade tem atuado de maneira intensa justamente para abertura de mais mercados e ampliação do leque de produtos enviados a parceiros tradicionais. A conquista de novos destinos é um dos pontos destacados no ano, além do acordo comercial firmado entre União Europeia e Mercosul.
— Participar do mercado internacional é sempre uma via de mão dupla. A gente abre e recebe mercado, precisamos estar preparados para isso — ponderou.
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