Calculado pelo Banco Central, o Índice de Atividade Econômica Regional do Rio Grande do Sul (IBCRRS) avançou 4,3% em 2024 sobre 2023. Foi um avanço superior ao nacional, que ficou em 3,8%. O indicador é considerado uma prévia do PIB, divulgado trimestralmente pelo IBGE.
Perceba abaixo, pelos dados do IBGE, que alguns segmentos foram estimulados pela própria enchente, como os móveis para reposição do que foi perdido. Auxílios públicos após a tragédia também permitiram o resultado. O mercado de trabalho aquecido ajuda a driblar alta de juro e inflação. E, por fim, a base baixa de comparação dá espaço para números positivos, como a primeira safra cheia após a estiagem e o avanço da indústria - mesmo que pequeno - após o tombo anterior.
- E as enchentes atingiram muito mais o PIB dos centros urbanos do que o do campo. O "transbordamento" dos grãos para indústria e comércio e as medidas de apoio dos poderes públicos explicam o crescimento da economia do Estado no ano passado - observa o economista-chefe da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL POA), Oscar Frank
Indústria
A indústria gaúcha aumentou sua produção em 0,6% apenas. Foi no sufoco que conseguiu fechar no positivo, após tanto sobe e desce no ano. Porém, a base baixa ajudou, já que, em 2023, as fábricas tinham cortado 4,8% da produção.
- Maiores altas: Derivados de petróleo e biocombustíveis +16,8% e Metalurgia +16,4%
- Maiores baixas: Máquinas e equipamentos -18,8% e Bebidas -13,2%
Varejo
O grande destaque veio do comércio, com um salto de vendas de 8,4% em 2024. Se considerar o varejo ampliado - que inclui veículos, hipermercados e materiais de construção -, o volume de vendas cresceu mais ainda: 9,5%.
- Maiores altas: Móveis e eletrodomésticos +13,4% e Equipamentos de informática +12,7%
- Únicas baixas: Livros e jornais -9,5% e Combustíveis -0,3%
Serviços
Já o setor de serviços ficou no negativo. Sobre 2023, o tombo foi de 7,3%.
- Maior queda: Transportes e correio -19,8%
- Maior alta: Serviços de informação e comunicação +4,9%
Setor primário
A agricultura voltou a ficar próxima da normalidade após duas secas consecutivas. O economista Oscar Frank destaca soja (+75%), milho (+83%) e arroz (+83%).
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Diogo Duarte (diogo.duarte@zerohora.com.br)
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