O dólar dispara globalmente e os futuros das bolsas de Nova York afundam na manhã desta segunda-feira (3) na esteira do tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no final de semana. Foi determinada a imposição de taxas de 25% contra itens do México e do Canadá e de 10% adicionais contra produtos da China. Trump conversará com os líderes destes países hoje. Mas, salvo um acordo, as cobranças entram em vigor nesta terça-feira (4). Em tempo, ele também reforçou a ameaça à União Europeia.
Embora Trump diga que "o preço (a ser pago pelos norte-americanos) valerá a pena". Essas taxas têm uma pressão inflacionária, pois produtos ficarão mais caros para os norte-americanos. O México é o maior fornecedor de frutas e vegetais para os Estados Unidos, enquanto o Canadá lidera em exportações de grãos e carnes de gado e aves. No caso do Canadá, embora com uma tarifa menor sobre estes itens - de 10% -, o impacto ocorre petróleo e gás.
Com elevação de preços, o Federal Reserve (banco central norte-americano) tende a conter o corte do juro ou mesmo voltar a elevá-lo. Isso atrai investidores em busca desta rentabilidade do país, reduzindo a quantidade de dólares pelo mundo, inclusive no Brasil. Tal repercussão pressiona o dólar para cima.
Além disso, essa disputa comercial entre gigantes provoca aversão ao risco. Estados Unidos e China são, respectivamente, a primeira e a segunda maior economia do mundo. Quando o investidor teme impactos nos ativos, corre para algo seguro, como o dólar. Ou seja, mais uma pressão altista sobre a cotação da moeda norte-americana.
A eleição de Trump já havia feito o dólar disparar. Em um ajuste, a cotação da moeda recuou. Em janeiro, caiu mais de 5% no Brasil em relação ao real, fechando em R$ 5,83 na sexta-feira. Hoje, abriu em alta, cotado a R$ 5,88. O dólar futuro para março está em R$ 5,90.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Maria Clara Centeno (maria.centeno@zerohora.com.br)
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