Na sua última feira industrial de Hannover como presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Gilberto Petry teve um evento agitado. Foi representando a confederação nacional do setor, ciceroneou o governador Eduardo Leite, com quem tem tratado sobre a proposta de aumentar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), e comemorou o seu aniversário de 76 anos na Alemanha. Confira a entrevista ao programa Acerto de Contas, da Rádio Gaúcha.
Em décadas de evento, algumas inovações emplacaram, outras ficaram para trás. O assunto deste ano foi hidrogênio verde, combustível que o Rio Grande do Sul quer produzir e exportar para a Europa. Acha que emplaca?
O fuel cell, célula de combustível, surgiu como uma grande novidade há uns anos, com muitos expositores, e hoje não se vê muito. Neste meio tempo, surgiram outros combustíveis. Quanto ao hidrogênio verde, eu sou meio arcaico. A ideia surge do ambientalismo, mas ele precisa de nove vezes mais energia para ser produzido. Tem que ter grandes produtores para gerá-lo. Não sei dizer se ele será utilizável no futuro como querem.
Qual a chance de o Brasil ser parceiro da Hannover Messe em 2026?
O presidente da feira nos informou que enviou o convite em novembro ao vice-presidente (do Brasil) Geraldo Alckmin e que ainda não houve resposta. Isso é surpreendente. Em maio, vai o diretor Marco (Siebert, diretor de Relações Internacionais da Deutsche Messe) ao Brasil, que é a bola da vez. Está todo mundo querendo fazer negócio de novo com o Brasil. Tem energia, tem aço, tem tudo.
Está preocupado com a queda forte na produção da indústria do Rio Grande do Sul?
É o momento atual do Brasil. Não sei se vai virar, o empresário está sempre esperando para ver o que acontece. Não é fácil, tu investe e depois não dá retorno.
De volta ao Rio Grande do Sul, retomará conversas sobre a alta do ICMS com o governador Eduardo Leite?
Até me surpreendi com os deputados que se comprometeram a votar contra. Se não sair, o governo terá que fazer alguma coisa adicional. Vou conversar novamente com o governador, ficamos de falar na primeira semana de maio.
E a eleição da Fiergs?
Meses movimentados... São dois bons candidatos, o Claudio (Bier) e o Thômas (Nunnenkamp). Eu queria um consenso, mas eles não "se consensaram". O Claudio não abriu mão e tem direito, é vice-presidente, e o Thômas também não. Para quem ganhar, entrego a Fiergs em boas mãos.
Como o senhor vai entregar?
Com um caixa gordo...
Ouça a entrevista na íntegra:
* A coluna viajou a Hannover a convite da Fiergs.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@diariogaucho.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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