Um frigorífico gaúcho enviou às ilhas Maldivas, na Ásia, o primeiro lote brasileiro de carne angus certificada pela Associação Brasileira de Angus. De avião, a Zimmer, de Parobé, encaminhou amostras para hotéis e restaurantes como Hard Rock Hotel, Emerald e Shaffan. Há um pré-contrato que, se assinado, prevê a ida de mais 1,2 tonelada de cortes ao país.
Foram 30 dias de negociação com um distribuidor que atua nas Maldivas e que visitou o frigorífico no Rio Grande do Sul. Uma das exigências é o abate "halal", passando por regras de sanidade e rastreabilidade e seguir os princípios do Alcorão, livro sagrado da religião. O tratamento não pode ser agressivo e o animal precisa estar bem alimentado, por exemplo. Na hora do abate, a insensibilização deve ser feita para deixar o animal inconsciente apenas — não para matá-lo. Já inconsciente, o abate precisa ser feito por um muçulmano, com o animal voltado para Meca, e com um corte único e bilateral no pescoço, com uma faca afiada e limpa. Todo o processo, até embalagem, é acompanhado pela entidade que certifica o produto.
— É avaliado animal por animal, que precisa ter, no mínimo, 50% de sangue angus. O boi deve ser jovem e o corte deve estar de acordo com as exigências do mercado. Atendendo tudo isso, o selo é colocado na embalagem — explica a gerente nacional da associação, Ana Doralina Menezes.
Segundo o diretor da Zimmer, André Zimmer, o frigorífico gaúcho exporta carnes desde 2023. Hoje, tem clientes de 20 países, como Argélia, Dubai, Arábia Saudita, Hong Kong, Uruguai e Chile. Ainda há negociações para entrar no mercado das Filipinas.
Colaborou Guilherme Gonçalves
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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