Após ter arrematado duas plataformas da Petrobras para desmontá-las no Rio Grande do Sul e usar a sucata nas usinas, a Gerdau está interessada nas outras oito. A petroleira planeja leiloá-las ao longo de 2024 dentro do seu programa de "reciclagem verde" para substituir as estruturas de exploração de petróleo. Gerente de Metálicos da Gerdau, André Guardin falou ao Gaúcha Atualidade da Rádio Gaúcha. Confira trechos abaixo e ouça a íntegra da entrevista no final da coluna.
A empresa pretende disputar os leilões das próximas plataformas?
Claro, óbvio que temos interesse, sim. Como a maior recicladora da América Latina, a Gerdau recicla mais de 11 milhões de toneladas. Entendemos que plataformas da Petrobras e de outras empresas de petróleo são uma fonte nova de matéria-prima. É bem importante e esperamos participar dos próximos editais da estatal.
Como se reflete na proteção do meio ambiente?
Uma plataforma dessas tem em torno de 90% a 95% de sucata metálica que vai ser usada nos nossos fornos. Para os demais resíduos, temos um plano de reciclagem robusto, validado pela própria Petrobras. É uma iniciativa pioneira no Brasil, serão as primeiras unidades a serem recicladas com sucata ficando aqui. Para cada uma tonelada de aço produzida através de sucata, evitamos a emissão de 1,5 tonelada de CO2 (gás carbônico). A Gerdau já é uma das empresas que menos emitem CO2 na produção de aço, abaixo da metade das emissões mundiais. O processo da Gerdau de sustentabilidade é para produzir um aço mais limpo, mais verde.
Se arrematar as próximas, a ideia é também trazê-las para desmontar no estaleiro de Rio Grande e usar a sucata nas usinas gaúchas?
Depende do modelo e do tempo em que a Petrobras vai colocar para a operação acontecer. Hoje, temos duas unidades adquiridas pela Gerdau, com um processo a ser realizado em Rio Grande pelos próximos dois anos. Então, depende de quando serão lançados os editais e das condições de execução dos desmantelamentos, mas temos, sim, a preferência por fazê-lo onde tem unidade produtiva da Gerdau, até para gerar sucata perto de onde será transformada em aço.
Quais profissionais vocês precisam para o serviço?
Não desmontaremos as duas simultaneamente. Acredito que a Ecovix só consegue receber a segunda plataforma quando a primeira for liberada do dique. Cada processo deve gerar mais ou menos 200 empregos, com profissionais diversos, principalmente aqueles que já trabalharam na indústria naval. Estamos falando de maçariqueiros, soldadores e de segurança do trabalho, tema muito importante.
Ouça a entrevista completa:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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