Fundada em Uruguaiana em 1937, a Ipiranga foi vendida há mais de 10 anos ao Grupo Ultra, mas a marca seguiu. Agora, passa pelo que empresas chamam de "reposicionamento". Os investimentos deste ano no Rio Grande do Sul não são informados, mas o aporte do ano passado foi de R$ 100 milhões. São 760 postos da bandeira no Estado. A coluna recebeu para uma entrevista o CEO Leonardo Linden, gaúcho de Porto Alegre, com quem conversou sobre o mercado de combustíveis hoje. Confira trechos abaixo e ouça a íntegra no final da coluna.
Como o cliente enxerga a mudança na marca?
Nos postos, com um visual bem mais atualizado. No Rio Grande do Sul, já temos cerca de 20 com a nova imagem, majoritariamente em Porto Alegre. Até o final do ano, deve chegar a 50. É sutil, com cores diferentes.
Na transição energética, a Ipiranga terá mais bombas de recarga de carro elétrico, de hidrogênio verde?
Também, se forem, de fato, as soluções, que estão sendo desenhadas. O que vai existir é um portfólio. A Ipiranga será parte. Já somos a rede com maior número de torres de recarga elétrica no Brasil.
Alguns defendem a volta da aposta no etanol, outros chamam o combustível de jabuticaba por existir só no Brasil. O que a Ipiranga acha?
Acredita que o Brasil é um expoente no biocombustível como um todo: etanol, biodiesel... O etanol é um produto extremamente relevante no Brasil e vai ter espaço, não tenho a menor dúvida. Na transição energética, você não passa uma régua e de um dia para o outro. O biocombustível tem um papel importante.
Como um produto complementar?
Não, de mistura, na transição, para diminuir a necessidade de gasolina.
O mercado de diesel vem passando por um desajuste. Como a empresa lida?
Não acho que é desajuste. Tem uma adaptação, porque o Brasil tem dependência estrutural de importação de diesel. Há dois anos, essa responsabilidade era majoritariamente da Petrobras e foi dividida com as distribuidoras. Quando tem desequilíbrios entre preço internacional e nacional, tem mais ou menos oferta de produto importado no país. Isso não afeta a Ipiranga, porque ela tem seu mercado, clientes, contratos, postos e garantimos o abastecimento em qualquer circunstância. A Ipiranga nunca teve problema. Eu programo a importação com três meses de antecedência.
Como vê a atual política de preços da Petrobras?
É uma definição dela. Vamos nos ajustar e trabalhar com o preço definido. A Petrobras continua sendo nosso maior fornecedor. A Ipiranga se adapta, não vemos problema.
Acha que o Brasil precisa de mais refinarias de diesel e gasolina, ou tem que apostar nos renováveis?
O Brasil é atendido se o fluxo de importação operar normalmente. O mundo tem refinaria suficiente e podemos fazer esse produto chegar no nosso mercado sem problema. Podemos pensar em melhores soluções para o nosso dinheiro.
Ouça a entrevista na íntegra:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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