A venda de carros novos a diesel despencou após o combustível passar a custar mais do que a gasolina. Dados do sindicato que representa as concessionárias no Rio Grande do Sul, o Sincodiv-RS, apontam um recuo de 32,27% nos emplacamentos nos dois primeiros meses de 2023 na comparação com o mesmo período do ano passado. O levantamento considera os automóveis de passeio e comerciais leves. Foram comercializadas 1.232 unidades em janeiro e fevereiro deste ano, contra 1.819 do bimestre inicial de 2022.
Carros a diesel, especialmente caminhonetes, eram opções do consumidor exatamente para economizar no combustível. Porém, dois fatores provocaram a inversão dos preços. Um deles foi a alta do diesel no mercado internacional com o início da guerra, já que o ele é substituto do gás, que teve fornecimento restrito pela Rússia à Europa. Os russos também são fornecedores de diesel.
O outro motivo foi a redução dos tributos da gasolina com a lei federal da metade do ano passado. Mesmo com o retorno de parte deles agora, ela segue com preço menor, ficando em R$ 5,45 em média, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Já o litro do diesel está custando, em média, R$ 5,74 no Rio Grande do Sul, mesmo com as reduções recentes. Na virada do mês, a mudança na cobrança do ICMS e o percentual maior de biodiesel também provocarão aumento no valor.
- Veículos a diesel passaram a ser considerados pelo mercado como não atraentes. O consumo caiu severamente. Eles foram preferência por algum tempo, em função de uma oportunidade do preço do combustível. Mas não é a melhor opção para uso urbano - comentou o presidente do Sindodiv-RS, Paulo Siqueira, em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha. Ouça a íntegra abaixo:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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