Foi aprovada a revitalização do Hotel Everest, empreendimento ícone de Porto Alegre que fica na Rua Duque de Caxias, no Centro Histórico. O alvará foi emitido à tarde passada pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus). Com isso, as obras já podem ser iniciadas. A iniciativa é da Infinita Estrutura de Negócios, que conduziu o projeto para a nova dona do prédio, a Prisma Capital, como a coluna já havia noticiado. O investimento será de R$ 85 milhões, com geração de 400 empregos e 211 opções de moradia. Ou seja, o Everest passará pela transformação que outros hotéis do Centro fizeram, com uso residencial.
O edifício será reformado sem alterar a estrutura e a arquitetura original, informa a Smamus. Pelas imagens do projeto (acima), chama a atenção a vegetação na fachada e os grandes vidros voltados para o viaduto. Segundo o secretário da Smamus, Germano Bremm, a ideia é instalar lojas no local, ampliando a atividade comercial no empreendimento. Destaque para uma área destinada a um pequeno museu, contando a história do entorno e do prédio, erguido em 1964. O Hotel Everest estava fechado desde 2020, quando foi colocado à venda.
- O projeto está totalmente alinhado com o programa de reabilitação do Centro Histórico, no qual criamos uma série de incentivos para atrair empreendimentos residenciais, estimulando o retrofit (revitalização), o uso misto e a ativação das fachadas. Mudará completamente a segurança ali, ativando o espaço e criando uma vitalidade urbana no viaduto da Borges de Medeiros - comenta Bremm.
O condomínio Everest conta com um prédio residencial na parte frontal à Rua Duque de Caxias, o Bloco A. Os demais são espaços do complexo hoteleiro. A proposta de reforma apresentada tem como principal premissa a revitalização dos prédios do hotel para um novo empreendimento de uso misto, residencial e comercial. Criará espaços de lazer de uso público e transformará as unidades em residências. O Bloco A, um edifício residencial com 30 apartamentos, será mantido e não receberá reforma interna. O retrofit das fachadas abrange os quatro blocos, mantendo a identidade arquitetônica.
Fechamento do Everest
Antes de encerrar as atividades aos 56 anos, o Hotel Everest passou por, no mínimo, quatro tentativas de venda. E não foram recentes. O empreendimento já gerou interesse de empresários do agronegócio gaúcho que buscam investimentos em imóveis quando a safra é boa, mas também de empreendedores internacionais.
Na Rua Duque de Caxias, no Centro Histórico de Porto Alegre, a unidade tinha interrompido a operação com a pandemia, depois encerrou as atividades em definitivo. Já enfrentava dificuldades financeiras. De camas a carrinhos de bagagem, os itens foram vendidos, o que gerou fila de compradores na ocasião. Além da parte de hotel, já há um espaço de uso residencial. Fundado em 1964, o Everest tem cerca de 150 quartos.
Recorde em licenciamentos
Em novo recorde, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus) licenciou em 2022 R$ 20 bilhões em projetos, valor que supera em 25% o montante de 2021. Os índices começaram a ser medidos em 2016. O número de projetos aprovados aumentou de 1.872 em 2021 para 2.083 em 2022, sendo 1.290 por meio do licenciamento expresso, ou seja, aprovados com prazo médio de sete dias. Entre todos os projetos, a média geral de tempo de análise e liberação foi de 35 dias, enquanto em 2020 o prazo médio era de 196 dias.
Colaborou Guilherme Gonçalves
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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