Em um ano marcado por incertezas políticas e econômicas no Brasil e no mundo e por um guerra no leste europeu, o Ibovespa fechou 2022 com um aumento de 4,69%. Apesar do resultado positivo, está abaixo da inflação até novembro, de 5,9% . Ele é o índice que concentra as ações mais negociadas na bolsa de valores de São Paulo, a B3.
A coluna listou abaixo as cinco maiores altas e as cinco maiores quedas no Ibovespa em 2022. São setores que variam bastante, mas na maioria há influência da guerra, da alta de commodities, ou da inflação e de juros elevados. Há também algumas peculiaridades e companhias que passaram por processos de reorganização. Confira:
Maiores altas:
1 - Cielo +142,09%
Depois de anos difíceis, com queda de até 50% em 2020, a empresa passou por uma reorganização e conseguiu se recuperar. A companhia reduziu custos operacionais, vendeu ativos e trocou executivos. O momento mais difícil para as empresas concorrentes também ajudou.
2 - Petro Rio +80,02%
Empresa privada de exploração de petróleo, está em valorização nos últimos anos. A companhia, novamente, foi bastante beneficiada pela alta da cotação da commodity.
3 - BB Seguridade +74,9%
Braço de seguros do Banco do Brasil, a companhia se beneficiou do aumento na taxa de juros Selic. Acontece que essas empresas investem, geralmente em renda fixa, o valor arrecado dos prêmios e aumentam os resultados com as sobras. O boom de commodities também ajudou, porque a empresa tem forte atuação no agronegócio.
4 - Hypera +64,74%
Do ramo farmacêutico, a Hypera se beneficiou do crescimento orgânico, compras de marcas e otimização de despesas. Além disso, o setor farmacêutico apresenta uma resiliência que costuma ser destacada pelo mercado.
5 - Assaí +51,74%
Rede de atacarejos, a Assaí se destacou pelo seu modelo de negócio, focando na venda em atacado e varejo. Além dos bons resultados ao longo do ano, no final de 2021 comprou as lojas de bandeira Extra, o que impulsionou seu crescimento em 2022.
Maiores baixas:
1 - IRB -78,61%
A resseguradora (espécie de seguradora do seguro) vem tendo resultados ruins desde 2020. A empresa passa por uma crise desde que foi revelada uma série de inconsistências no seu balanço. Agora, está sendo negociada abaixo de R$ 1, e sairá do índice Ibovespa em 2023.
2 - Americanas -68,66%
O varejo sentiu muito a escalada dos juros, a inadimplência em alta e a redução do poder de compra do consumidor. No caso da Americanas, também tem a questão das vendas digitais.
3 - CVC -66,54%
Além da redução do poder de compra do consumidor, a questão cambial exerceu pressão extra sobre o setor de viagens, porque há muito custo atrelado a dólar. Questões como preços das passagens e algumas limitações da pandemia foram outras influências.
4 - Qualicorp -64,56%
Operadora de plano de saúde, a Qualicorp teve que lidar com o aumento dos cancelamentos do serviço, já que os custos estão mais elevados e o planos passaram a pesar mais no bolso.
5 - Méliuz -63,58%
Bastante ligada ao varejo, sofreu impacto do movimento de alta de juros.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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