Apesar da queda na bolsa de valores e da alta do dólar no pregão passado, segue o voto de confiança do mercado financeiro em Lula. Desde uma semana antes do segundo turno da eleição, os investidores "precificaram" de que o candidato venceria. Pelas sinalizações e pelo que fez nos seus outros dois mandatos, a aposta é de que o novo presidente do país não seja o Lula radical.
A expectativa é de que venha um nome mais técnico e liberal na economia para assumir o Ministério da Fazenda. Por isso, não foi bem digerida a informação de que Fernando Haddad estava sendo cotado para a economia e não para a educação, área que comandou no outro governo Lula. É normal nomes serem lançados como balões de ensaio para se ver a repercussão, ainda mais para um cargo que está sendo tão especulado. Piorou a percepção do mercado com a nova fala de Henrique Meirelles dizendo que não foi convidado e que está "muito bem" na iniciativa privada. Ele é um nome que agrada o investidor, presidiu o Banco Central e criou o teto de gastos no governo Michel Temer.
Apesar do soluço de ontem, o investidor segue dando o benefício da dúvida. Especialmente, o estrangeiro. O chamado "dinheiro gringo" puxou bastante o resultado positivo da bolsa na semana passada, ajudando a baixar o dólar, que chegou a ficar perto dos R$ 5. Sócio da Liberta Investimentos, Alexandre Stormer, confirma que o investidor internacional vê Lula com bons olhos, pela sua postura voltado ao social e imagem atrelada à preservação do meio ambiente. A lua de mel, porém, pode acabar se as expectativas não forem atingidas. Tem prazo para isso? Não tem data, mas não é longo. Além da formação da equipe, os primeiros cem dias do governo Lula serão bastante observados, reforma Stormer.
Enquanto isso, tem muito investidor brasileiro que não votou em Lula na eleição e nem menos quis dar o voto de confiança agora. Isso gera um movimento de "dolarização" de investimentos, protegendo patrimônio no Exterior.
Nesta terça-feira (8), o Ibovespa Futuro opera em queda. Além da articulação do governo eleitor no Brasil, tem eleição no Congresso dos Estados Unidos e pressão da desaceleração da China que faz o petróleo cair.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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