Ao contrário da média do país, a economia gaúcha começou 2022 com crescimento. Enquanto o índice nacional recuou 0,99% em janeiro sobre dezembro, o Índice de Atividade Econômica Regional do Rio Grande do Sul (IBCRRS) avançou 0,28% no período. Na comparação com janeiro de 2021, o crescimento foi de 0,53%.
Divulgado mensalmente, o indicador é considerado uma prévia do PIB, que é apresentado apenas a cada trimestre. Em dezembro, a queda tinha sido significativa sobre o mês anterior. Então, mesmo com o crescimento, os 134,86 pontos não recuperam o patamar de novembro ainda.
Segundo o dado do IBGE, a produção da indústria gaúcha voltou a crescer, com avanço de 0,8% no mês. No país, a queda foi forte, de -2,4%. Dos 15 locais pesquisados, o Estado ficou entre os cinco que tiveram resultados positivos no primeiro mês do ano. Mas o cenário para os próximos meses é desafiador, considerando que houve o início da guerra.
No varejo, janeiro trouxe a terceira queda consecutiva de vendas no Rio Grande do Sul, com recuo de 0,2% sobre dezembro de 2021. A alta de preços que também corrói a renda do consumidor interrompeu alguns crescimentos consecutivos. É também o que impacta o setor de serviços, que teve queda de 1,1% frente a dezembro, após acumular ganho de 3,5% nos dois últimos meses do ano passado.
"As perspectivas para a atividade econômica no Rio Grande do Sul devem ser impactadas pelos efeitos das adversidades climáticas sobre a agricultura, com espraiamento sobre os demais setores. Adicionalmente, a indústria ainda reporta dificuldades no suprimento de insumos e aumento de custos de produção. O consumo das famílias segue beneficiado pelo retorno da mobilidade, porém limitado pela desocupação elevada, que, apesar de declinante, situa-se em nível acima da média histórica. Permanecem positivas as expectativas para a semeadura e desenvolvimento das lavouras de inverno, com as condições climáticas indo de La Niña para neutralidade.", diz trecho do último boletim regional do Banco Central, que ainda não incluiu o impacto da guerra no leste europeu. O conflito tem, entre seus reflexos, aumento da inflação e gargalos logísticos mundiais.
Os próximos meses devem começar a mostrar o efeito da estiagem. Em 2021, a economia gaúcha teve o melhor desempenho do país no indicador do Banco Central. O avanço foi de 7,4% sobre 2020, quando havia encolhido 6,7%. O ano passado teve safra histórica turbinando indicadores sobre outra estiagem, que foi a registrada em 2020 e que se somou à pandemia.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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