Ter uma taxa fixa traz previsibilidade, mas não garante o financiamento imobiliário mais vantajoso. Esse é um alerta importante ao cogitar a contratação da nova linha de crédito imobiliário prefixada anunciada pela Caixa Econômica Federal (CEF) nesta quinta-feira (20). Ela traz taxas de 8% a 9,75% ao ano, dependendo da avaliação do cliente feita pelo banco. As condições são válidas para imóveis residenciais novos e usados, com financiamento de até 80%.
Com a nova modalidade, a CEF passa a oferecer três opções de empréstimos aos consumidores. Observe os índices e perceba que a taxa fixa da linha mais recente não necessariamente é a melhor para o comprador do imóvel.
A tradicional linha de crédito é corrigida pela Taxa Referencial (TR), atualmente zerada e com juros entre 6,5% e 8,5% ao ano. Ou seja, pode ter um juro bem menor. Poucos pontos percentuais fazem diferença sobre um saldo grande e no longo prazo.
Há ainda a opção lançada em agosto de 2019 que é atrelada ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Ou seja, soma a inflação oficial do país a taxas entre 2,95% e 4,95% ao ano. Com a inflação baixa, até pode valer a pena. O risco dela está no longo prazo, lembrando que tivemos inflação acima de 10% há pouco tempo.
Como o prazo do financiamento lançado pela Caixa pode chegar a 360 meses, ou seja, 30 anos, tende a ser uma vantagem para quem pretende tomar um crédito por todo esse tempo. Ter a garantia de um juro fixo permite planejamento maior do orçamento e minimiza o risco de instabilidades econômicas.
Resumindo, cada caso é um caso e deve ser analisada a situação do tomador do crédito. Em especial, o prazo do financiamento. Importante lembrar que o governo federal reduz juros da Caixa sempre de olho em provocar uma atitudade semelhante dos outros bancos, estimulando a concorrência. Ou seja, não esqueça de sondar outras instituições mesmo ao longo do financiamento para analisar se não há a possibilidade de uma portabilidade do crédito habitacional para quem ofereça juros menores.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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