Após dois meses fechando postos de trabalho, a indústria de calçados do Rio Grande do Sul voltou a abrir vagas com carteira assinada. O saldo entre admissões e demissões ficou em 141 novos empregos em outubro, conforme os dados do Caged e o monitoramento da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). Em outubro do ano passado, foram criados apenas 29 empregos.
Ainda está longe, no entanto, de reverter o saldo negativo de 12 meses. No período, foram extintas 2.111 vagas formais nas fábricas de calçados do Estado. Mas já esteve bem pior. Em algumas divulgações, o saldo negativo ficava próximo de 5 mil postos de trabalho. O pior resultado segue com a construção civil.
As indústrias de calçados do Rio Grande do Sul são as que mais empregam no país. O estoque estimado quase bate 91 mil postos de trabalho, segundo a Abicalçados. Em segundo lugar, aparece o Ceará, com quase 57 mil empregos.
Mas atenção, que a entidade já alertou que o setor está sofrendo com a guerra comercial entre Estados Unidos e China. Apesar do aumento dos embarques para o mercado norte-americano, as exportações brasileiras de calçados fecharam outubro com queda. Presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira diz que o produto brasileiro perdeu mercado em outros clientes internacionais importantes e que foram alvo da “desova” dos produtos asiáticos.
— Especialmente pela recente desvalorização artificial do yuan, que tornou o produto chinês ainda mais competitivo.
Lembrando que a crise da Argentina também afeta a indústria calçadista. O país é destino tradicional do produto e reduziu importações. O Rio Grande do Sul segue sendo o principal Estado exportador de calçados.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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