Embora me considere hoje mais um escritor – e recentemente tenha virado, oh céus, youtuber –, além de andar exercendo por aqui o ofício de cronista, o fato é que sou e creio que sempre serei jornalista. E você sabe qual o objetivo primordial de todo jornalista, não sabe? Ora, é dar o furo. Não que eu já tenha dado muitos ao longo de minha carreira jornalística. A primeira vez que dei, aliás, nem foi aquele furo, embora tenha sido um feito, um prodígio, uma proeza: quando o inacessível Bob Dylan veio ao Brasil, em 1990, consegui me aproximar dele e o entrevistei. Não foi pouca coisa – a primeira vez a gente nunca esquece. Mas não chegou a ser assim um furo que arrombasse a história do jornalismo, né?
O FURO
Confesso, continuo louco para dar um furo
E gostaria de dá-lo em cima do presidente da República
Eduardo Bueno