
As mudanças nas regras do futebol para 2020 deixaram uma confusão no ar. Uma alteração específica no texto teve como objetivo estabelecer o local em que começa o braço e onde os árbitros deveriam considerar ombro. Essa diferença seria determinante para esclarecer o que é ou não infração.
O problema é que, a partir de uma imagem ilustrativa divulgada pela Fifa, muita gente entendeu que a manga da camiseta seria o parâmetro para indicar quando uma infração por toque deveria ou não ser marcada.
Só que isso não é verdade. A realidade é que a mudança na regra diz que "para determinar claramente a infração de mão na bola, o limite do braço é estabelecido no ponto inferior da axila".
De maneira prática, isso quer dizer que precisamos pegar o ponto limite da axila e traçar uma linha imaginária na direção do ombro. Esse será o ponto para determinar o que é braço para efeito da regra de mão na bola.
Foi justamente isso que aconteceu na goleada por 4 a 0 do Grêmio contra o Vasco, neste domingo (6), na Arena, pela 24ª rodada do Brasileirão. O time gaúcho teve um gol anulado quando o jogo estava zero a zero porque a bola bateu no braço de Victor Ferraz.
O lance gera justamente essa dúvida. Como essa regra foi criada para jogos que tem VAR, o recurso entrou em ação. Por se tratar de um ponto que depende de interpretação, mesmo tendo anulado o lance no campo, o árbitro Raphael Claus foi ao vídeo para verificar a precisão da marcação.
A imagem parada é determinante para que possa se perceber o ponto de contato da bola com o braço e foi isso que fez o árbitro manter a decisão do campo e anular a jogada.
Por fim, vale ressaltar que não é a manga da camiseta que determina se houve toque ou não. Se fosse assim, bastaria que os fornecedores esportivos fizessem uniformes com mangas maiores para que as equipes pudessem ter vantagem.