
As polêmicas no empate em 2 a 2 entre Inter e Bahia não terminaram no apito final da partida válida pela oitava rodada do Brasileirão. Além de toda a discussão causa pela participação do VAR nos dois pênaltis marcados pelo árbitro Bráulio da Silva Machado, houve ainda um lance que passou despercebido e não teve a interferência do recurso.
De fato, aos 35 minutos do segundo tempo, houve um chute de João Peglow em que a bola desviou no braço do zagueiro Juninho, que estava dentro da área, e saiu pela linha de fundo.
O árbitro Bráulio da Silva Machado estava acompanhando a jogada de perto e marcou apenas o escanteio. Não houve nem esboço de reclamação dos jogadores do Inter. O próprio Peglow lamentou o arremate desperdiçado, mas não teve reação de protesto pela marcação de pênalti.
Na hora da transmissão nem cogitei a infração. Confesso que nem vi que a bola havia batido no braço. A jogada é rápida e o corpo de Juninho fica em primeiro plano. O outro ângulo apresentado na hora pela televisão não mostra o ponto de contato da bola com o braço.
Nesta segunda-feira, tive acesso à imagem que oferece elementos para a interpretação de pênalti. Juninho está fazendo uma ação de bloqueio e atinge o objetivo de desviar a bola com o braço que está aberto pelo giro de tronco. Esse toque caracteriza a infração e justifica até mesmo o cartão amarelo por se tratar de um chute a gol.
Se tivesse visto na hora, minha opinião seria essa. O pênalti deveria ter sido marcado.
O uso do VAR em lances de mão na bola e bola na mão depende de alguns fatores. A visão e a interpretação do árbitro dentro de campo são muito importantes. Isso pode influenciar na interferência ou não do árbitro de vídeo e, muitas vezes, gerar uma sensação de falta de critério.
Se o árbitro percebe o toque no campo, está bem colocado e descreve o que viu como uma situação normal, o VAR só vai interferir se detectar um equívoco claro ou se tiver uma imagem esclarecedora que comprove o erro.
Só que se neste mesmo lance, o toque não é percebido no campo, o VAR recomendará a revisão para que juiz principal possa olhar a jogada e tomar a decisão para algo que não viu na velocidade do jogo.
É provável que a falta de interferência do VAR no jogo do Inter contra o Bahia tenha sido por isso. Uma situação de protocolo. Bráulio da Silva Machado deve ter visto e interpretado no campo. O árbitro de vídeo, por sua vez, não considerou ter imagem capaz de comprovar o erro na decisão tomada no campo.