
A bola entrou ou não? Está aí um tipo de dúvida que o VAR deixa a desejar na resposta. Por incrível que pareça, essa não é a principal funcionalidade do recurso eletrônico.
A prova disso é que na Inglaterra há dois tipos de ferramentas para auxiliar a arbitragem. Além do árbitro de vídeo, a Premier League também conta com a tecnologia na linha do gol, que serve unicamente para informar se um gol aconteceu ou não.
A tecnologia na linha do gol seria o recurso perfeito para determinar com precisão se a bola entrou completamente ou não na defesa feita pelo goleiro Weverton depois da falta cobrada por Boschilia, aos 27 minutos do segundo tempo, na partida entre Palmeiras x Inter.
Só que o Brasileirão não conta com o recurso que mostra quando há um gol com um aviso no relógio do juiz.
A imagem parada do lance ocorrido na partida no Allianz Parque circula nas redes sociais criando uma falsa impressão, porque o ângulo da imagem está longe de ser o ideal para avaliar se um gol aconteceu ou não — ainda mais quando falamos de uma jogada em que a bola não está no solo.
Ela esta nas mãos do goleiro e alta do chão. A noção de profundidade fica comprometida. Por isso, dizer com 100% de certeza que a bola entrou ou não é chute total.
A arbitragem não pode tomar decisões com base no "acho" que entrou ou não. Eu também não estou aqui para falar de achismo.
Quero destacar o papel do VAR neste tipo de jogada. Ainda que o árbitro de vídeo não funcione com a mesma efetividade da tecnologia na linha do gol, ele tem recursos suficientes para auxiliar em uma situação semelhante a essa.
É a mesma lógica que vale para ajudar a arbitragem em situações em que a bola saiu ou não pelas linhas laterais ou pelas linhas de fundo antes de um gol marcado.
Por isso, se a arbitragem mandou o jogo seguir e o VAR não interferiu, estou fechado com a decisão tomada no campo por Wilton Pereira Sampaio.
Levando em conta que só tenho um ângulo desfavorável para analisar, não tenho condições de provar o contrário e estou em desvantagem para bancar que possa ter ocorrido um erro de arbitragem.