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A Federação Gaúcha de Futebol (FGF) anuncia reunião online, nesta quinta-feira (16), para ajustar os detalhes do protocolo da arbitragem para a retomada do Gauchão. A princípio, a ideia da entidade é testar e habilitar uma lista de 40 árbitros e assistentes pensando nas três rodadas que restam da fase classificatória do segundo turno. Outro objetivo é levar manter esse grupo em regime de concentração em um hotel de Porto Alegre durante o período.
A intenção é boa. Resta saber como essa teoria será colocada em prática. Pensando sobre o assunto, levantei perguntas que precisam ser respondidas com urgência para que o protocolo dos árbitros possa ser sacramentado.
A primeira questão parte de um pressuposto básico. Os árbitros não são profissionais do apito. Eles têm empregos. Mesmo que alguns sejam autônomos e trabalhem por conta, a lista dos que vivem exclusivamente de arbitragem é pequena.
Como exigir concentração dessas pessoas durante um período de aproximadamente 10 dias em um hotel de Porto Alegre?
Não vou nem levar em conta outras responsabilidades que os árbitros possam ter na rotina e que tornaria complicada a viabilidade de uma concentração repentina de dez dias. Vou pular direto para a segunda pergunta.
Onde os árbitros treinarão durante o período de concentração se a bandeira vermelha em Porto Alegre limita o funcionamento de quase tudo?
Não há como passar três rodadas apitando sem treinar. A concentração é uma solução que parece segura, mas apresenta complexidades de execução significativas.
Se não for possível levar todos a um hotel, como garantir que os árbitros estarão cumprindo isolamento e distanciamento durante as rodadas que faltam do Gauchão?
Outra questão neste cenário sem concentração diz respeito aos testes.
Quando e como a testagem será realizada para oferecer a garantia de que os árbitros terão segurança sanitária entre os testes e o jogo?
É claro que há muitas outras dúvidas que precisam ser feitas. Tenho certeza de que a FGF está pensando em todas elas e quebrando a cabeça para solucioná-las. A reunião desta quinta-feira será definitiva para apontar as respostas. Só depois disso poderemos ter uma ideia mais clara do tamanho do problema a ser resolvido no curto prazo que resta.