
A informação do repórter André Silva indica que a proposta do Napoli por Everton, da ordem de 25 milhões de euros, chegará oficialmente ao Grêmio na semana que vem. O jogador gostou da parte que lhe cabe neste latifúndio, no salário e luvas. É ruim perder, por esse valor, um atacante tão definitivo na hora de fazer gols como Cebolinha, ídolo da torcida e do Brasil, após o protagonismo com a Seleção na campanha do título da Copa América?
Sem a pandemia, sim. Com esse vírus demolidor aí fora, não.
Esses 25 milhões de euros, analisados dentro do contexto de uma das maiores crises sanitárias da humanidade, capaz de golpear os clubes quase ao nocaute, talvez representem tanto quanto os 80 milhões de euros sonhados pelo Grêmio antes do coronavírus.
Posso apostar que os adversários do Grêmio devem estar morrendo de inveja, doidos para que surja uma proposta parecida por algum jogador seu. É isso ou sair tomando empréstimo em banco a juros preocupantes, como fez o Flamengo. Everton está certo em aceitar, se isso de fato ocorrer, já que negociações sempre são passíveis de reviravolta. Vai para 25 anos, quando o mercado europeu agora garimpa adolescentes ainda em fase de formação tática. Já deu dividendos de sobra ao Grêmio, com títulos.
E, profissional e dedicado como é, certamente fará do Napoli um trampolim para um tubarão europeu, como gosto de chamar o grupo dos gigantes do eixo Itália-Espanha-Alemanha e Inglaterra, mais o PSG. É possível que a diferença salarial, entre o que ele ganhava no Grêmio antes do vírus e o que ganhará na Europa da pandemia, nem seja tão grande assim, mas Everton faz o certo se sair. Aposta em si mesmo e no futuro de normalidade, quando as bases salariais retornarão na Europa.
Everton faz o que Luan não soube fazer: sair na hora certa, olhando o mercado com racionalidade e sem se achar a última bolacha do pacote à espera de uma proposta do Barcelona ou Real Madrid.